França continuará operação até exército iraquiano superar Estado Islâmico

  • Por Agencia EFE
  • 24/09/2014 13h56

Paris, 24 set (EFE).- O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, afirmou nesta quarta-feira que os bombardeios de aviões franceses contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI), no Iraque, durarão “o tempo que for necessário, até o exército local recuperá sua superioridade”.

“O objetivo é claro. Respondemos à reivindicação das autoridades iraquianas para enfraquecer o EI, de modo que o governo de Bagdá e os curdos restabeleçam a soberania” no Iraque, disse Valls na abertura de um debate na Assembleia Nacional sobre a operação militar iniciada pela França na sexta-feira.

O primeiro-ministro confirmou que o país não se enviará tropas por terra e não estenderá os ataques à Síria para não favorecer o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, nem prejudicar seus opositores, que Paris auxilia com material humanitário e militar.

“Bashar al Assad não pode ser parceiro na luta contra o Estado Islâmico”, disse o político, em alusão aos bombardeios dos Estados Unidos, com outros países árabes, aos jihadistas na Síria.

Valls lembrou que foi na Síria que o EI conseguiu se fortelecer e que a iniciativa de atacar o regime de Damasco partiu de Paris, há cerca de um ano.

“Não estaríamos nesta situação na Síria se a comunidade tivesse intervindo”, declarou, referindo-se ao recuo dos EUA e do Reino Unido na ocasião, no ano passado.

Para o primeiro-ministro francês, a extensão do Estado Islâmico coloca a “segurança nacional em jogo, como nunca esteve nos últimos anos”, levando em consideração que o grupo jihadista não só ameaça a estabilidade do Iraque, onde controla um terço do território, mas também “tenta desestabilizar o Líbano”.

Valls lembrou que o objetivo do EI é “estabelecer um califado no coração do Oriente Médio” e estender sua influência do Mediterrâneo ao Golfo Pérsico. Segundo ele, o grupo é “uma união de assassinos para os quais a vida humana não tem valor algum”.

Em relação ao posicionamento francês sobre a situação, Manuel Valls disse que “a França atua quando sua segurança está em jogo e também pela Europa”, mas se queixou ao afirmar que “a Europa não pode basear sua segurança em um de seus Estados-membros” e teria que articular um dispositivo comum.

Segundo dados informados pelo primeiro-ministro sobre a dimensão dos grupos jihadistas na França, “cerca de mil franceses ou residentes” integram grupos terroristas, dos quais 582 já se envolveram em conflitos e 36 morreram. EFE

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