Funcionários do BNDES rebatem acusação de fraude
A AFBNDES, associação dos funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), rebateu acusações de envolvimento de técnicos da instituição de fomento em irregularidades nas operações com o frigorífico JBS. Em editorial publicado nesta quinta-feira, 25, em seu jornal interno, a AFBNDES diz que as acusações são “descabidas” e que as investigações sobre as operações precisam ser “racionalizadas”.
As operações do BNDES com a JBS foram alvo da Operação Bullish, no dia 12. O caso seguiu sob holofotes após a revelação da delação premiada de executivos do frigorífico, há uma semana. Coordenada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal, a Bullish cumpriu 47 mandados envolvendo técnicos, executivos e ex-executivos do BNDES.
A Bullish foi baseada em investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), que apura operações entre BNDES e JBS em auditorias separadas. No fim de abril, uma dessas auditorias implicou oito ex-diretores do banco, entre eles o ex-presidente Luciano Coutinho, na compra do frigorífico americano Swift Foods e Co, em 2007.
A partir das auditorias, a PF produziu laudo contábil no qual aponta seis irregularidades nas operações de crédito e de compra de ações, que somam R$ 8,1 bilhões. Os investigadores sustentam que há indícios de gestão temerária e fraudulenta, além de corrupção e lavagem de dinheiro.
Uma das suspeitas foi o fato de as análises de algumas operações terem sido rápidas demais. Segundo a AFBNDES, isso não significa favorecimento. “Na prática, a avaliação ocorreu por meses no BNDES”, diz o editorial, que sustenta que, na comparação com outras análises, esse prazo “está muito longe de ser excepcional”.
A associação rebate a alegação de que o BNDES abriu mão de garantias nas operações de compra de ações. Segundo o editorial, as operações com compras de ação não envolvem garantias, como ocorre com empréstimos. Mesmo no caso da compra de títulos de dívida, a associação diz que as debêntures eram conversíveis em ações, ou seja, “a ‘garantia’ estava dada”.
A AFBNDES também questionou o método de investigação. Segundo a associação, faria sentido mirar em investigados com poder de decisão. “Uma investigação criminal não deveria começar com os que assinaram a Ata de Diretoria e não, como está ocorrendo, com os que assinaram relatórios de análise e notas técnicas?”, questiona. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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