Geólogo da USP entende que Cantareira tem que subir mais 56% para alcançar segurança hídrica sem rodízio
Vista da represa Cachoeira
Vista da represa CachoeiraNível do sistema Cantareira chega a 10,8% e a segunda cota do volume morto está recuperada, mas o quadro ainda é incerto para o inverno. A alta foi de 0,1 ponto porcentual nas últimas 24 horas, uma melhora discreta na comparação com a registrada na semana passada.
A partir de agora, a Sabesp começa a extrair a água da primeira reserva técnica, equivalente a 18,5%.
Em entrevista a Thiago Uberreich, o geólogo da USP, Pedro Luiz Côrtes, avalia que dificilmente o Cantareira vai chegar ao volume útil até o inverno.
Côrtes entende também que, “para que o sistema tenha uma segurança hídrica, ou seja, a gente consiga vencer o período de estiagem sem restrições hídricas, sem racionamento, é preciso que o reservatório esteja com um nível de acima de 38% do nível normal”. Ou seja, o sistema teria que subir mais 10,7% da primeira cota do volume abaixo da captação tradicional mais os 38% de segurança, somando uma necessária alta de mais de 56% até o inverno.
“Então nós precisaríamos recuperar o volume morto 1 e acumular uma quantidade muito grande de água para que a gente possa passar o período de estiagem que começa em abril e se estende até o início de outubro com tranquilidade”, avaliou o geólogo.
O geólogo da USP ressalta também que a população não pode parar de economizar água.
Ano deve ter racionamento
O presidente do Instituto Trata Brasil, Edison Carlos, salienta que o período de inverno será difícil para o abastecimento de São Paulo:
Carlos reconhece que é difícil as autoridades tomarem “decisões difíceis”, postergadas a cada nova chuva, e diz: “Dificilmente a gente conseguirá atravessar o ano todo, principalmente no inverno, que chove muito pouco, sem o racionamento mais forte”.
Apesar da avaliação dos especialistas, a Sabesp segue afastando o racionamento e fazendo alertas pela economia de água.
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