Governo argentino prepara defesa para denúncia de Nisman por acobertamento

  • Por Agencia EFE
  • 13/02/2015 01h12
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Buenos Aires, 12 fev (EFE).- O governo da Argentina informou nesta quinta-feira que vai apresentar amanhã à Justiça “provas e documentos” relevantes sobre a denúncia de suposto acobertamento dos terroristas responsáveis pelo atentado contra a instituição israelita Amia, em 1994, que foi apresentada pelo promotor Alberto Nisman, quatro dias antes de sua morte, contra a presidente Cristina Kirchner.

A Procuradoria do Tesouro, que é responsável pela defesa do Estado na Argentina, informou em comunicado que será a encarregada de realizar a apresentação ao juiz Daniel Rafecas.

O promotor Nisman acusou Cristina, o chanceler Héctor Timerman, o deputado governista Andrés Larroque e outros colaboradores de terem idealizado um plano para acobertar os supostos autores iranianos do atentado contra a Amia, cometido em 1994, e no qual morreram 85 pessoas.

Segundo o comunicado da Procuradoria do Tesouro, o texto da defesa é “de caráter institucional” e apresenta “provas e documentos relevantes em relação aos fatos sobre os quais versa a denúncia”.

Através da Procuradora do Tesouro, Angelina Abbona, o Executivo levará “relatórios e documentos” produzidos ou remetidos pela Chancelaria argentina, os ministérios de Planejamento Federal e Economia, a Secretaria de Inteligência e a Administração Federal de Receita Pública.

Os documentos “esclarecem fatos e circunstâncias decisivas no contexto da denúncia”, garantiu Angelina.

Na denúncia de Nisman, o memorando de entendimento assinado entre a Argentina e o Irã em janeiro de 2013 aparece como o principal instrumento de um suposto acordo para eliminar as circulares vermelhas emitidas pela Interpol contra os suspeitos iranianos do atentado. Em troca, a Argentina poderia comprar petróleo junto ao Irã.

No entanto, a Procuradoria do Tesouro argumenta que “nem do texto do memorando, nem das ações das autoridades do governo antes, durante, e depois do memorando, infere-se a existência de algum acordo destinado a alcançar um objetivo diferente”.

“Não existe prova alguma que demonstre a existência de condutas atribuíveis à presidente da Nação ou a funcionários do governo nacional”, acrescenta o comunicado.

No dia 18 de janeiro, quatro dias após tornar pública sua denúncia, o promotor Nisman morreu em sua casa com um tiro na cabeça, em circunstâncias que não foram esclarecidas e dias antes de comparecer ao Congresso para detalhar a acusação contra a governante argentina. EFE

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