Governo de Damasco acusa mediador da ONU de falta de neutralidade

  • Por Agencia EFE
  • 18/08/2015 08h18

Damasco, 18 ago (EFE).- O regime de Damasco acusou nesta terça-feira o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, de “falta de neutralidade no exercício de suas funções” devido a declarações em que repudiou um bombardeio governamental perto da capital síria.

Uma fonte do Ministério e Relações Exteriores sírio informou à agência de notícias oficial “Sana” que as últimas palavras do mediador internacional “se afastam da objetividade e dos fatos, e se baseiam em partes que são conhecidas por sua hostilidade à Síria”.

Na segunda-feira, De Mistura condenou “categoricamente” o bombardeio do exército no domingo passado contra um mercado na cidade de Duma, localizada no reduto opositor de Ghouta Oriental, onde 96 pessoas morreram e 240 ficaram feridas, segundo ativistas.

“Os ataques contra áreas civis com bombas aéreas indiscriminadas, como as bombas a vácuo, são proibidos pela lei internacional. É inacaitável sob qualquer circusntância que um governo atinja mercados civis lotados e mate quase cem de seus próprios cidadãos”, disse De Mistura.

Diante dessas declarações, a fonte do Ministério das Relações Exteriores sírio exigiu que o enviado da ONU também repudie “o lançamento de projéteis por parte de grupos armados terroristas contra as cidades de Aleppo, Latakia e Deraa e os cortes de água e eletricidade durante semanas em Aleppo”.

A pasta também pediu que o enviado demonstre repulsa pelos “massacres realizados por organizações terroristas como a Frente al Nusra, o Estado Islâmico e o restante dos grupos da Al Qaeda na Síria”.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, designou em julho de 2014 De Mistura como mediador em substituição do argelino Lakhdar Brahimi, que havia renunciado meses antes, após quase dois anos de esforços para encerrar a guerra civil.

Brahimi renunciou em meio à convocação de eleições presidenciais na Síria em junho de 2014, nas quais foi reeleito como chefe de Estado Bashar al Assad, após fazer duras críticas às autoridades de Damasco, que responderam o acusando de parcialidade. EFE

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