Governo do Sudão do Sul repudia sanções da União Europeia
Juba, 19 dez (EFE).- O governo do Sudão do Sul repudiou nesta sexta-feira as sanções de embargo de armas adotadas pela União Europeia (UE) nesta semana para impulsionar uma solução política ao conflito armado que explodiu no país em dezembro do ano passado.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores sul-sudanês, Mauien Makol, disse em declarações à Agência Efe em Juba que o país pretende conseguir o respaldo e a ajuda da UE, e que o bloco não imponha punições.
“As sanções são um meio para pressionar as partes em luta para que aceitem negociar e dialogar, mas o governo não rejeita a negociação ou chegar a um acordo de paz com os insurgentes”, acrescentou Makol.
O representante sudanês respondia assim ao anúncio da Comissão da UE, de segunda-feira, de renovar o embargo de armas ao Sudão do Sul.
Em julho, a UE também impôs sanções a dois líderes militares do Sudão do Sul por obstruirem o processo de paz, ao violarem um acordo de cessar-fogo, e por considerá-los responsáveis por “atrocidades” cometidas durante o conflito.
As sanções incluem o congelamento dos ativos que esses líderes possam ter na UE e a proibição de viajarem para território comunitário.
Uma nova rodada de negociações de paz entre representantes do governo e os rebeldes na capital etíope Adis-Abeba começou na quinta-feira.
Em 9 de novembro, ambas as partes entraram em um acordo para estabelecer um roteiro de avanço rumo à cessação das hostilidades, um passo considerado “vital” pela africana Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad) – mediadora das negociações – para encerrar o conflito que castiga o país.
Apesar das várias tréguas estipuladas pelas duas partes, os confrontos não cessaram. A crise política, iniciada em dezembro entre o presidente do país, Salva Kiir, da tribo dinka, e o ex-vice Riek Machar, dos nueres e deposto um ano antes, gerou um conflito étnico.
Kiir acusou Machar, líder os insurgentes, de ter liderado uma tentativa de golpe para tirá-lo do poder. Em um ano, o conflito provocou a crise de fome no Sudão do Sul, mais de um milhão de deslocamentos e milhares de mortos. EFE
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