Governo dos EUA reúne senadores para explicar libertação de Bergdahl

  • Por Agencia EFE
  • 05/06/2014 07h18
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Washington, 5 jun (EFE).- O governo dos Estados Unidos reuniu na noite de quarta-feira todos os senadores em uma sala do Capitólio para explicar os detalhes da polêmica libertação e troca do sargento americano Bowe Bergdahl por cinco talibãs presos em Guantánamo (Cuba), que foi muito criticada por alguns legisladores.

Durante o encontro confidencial, funcionários de Inteligência do alto escalão que participaram do processo de libertação do sargento mostraram aos senadores um vídeo de dezembro de 2013, no qual é possível constatar a deterioração da saúde do jovem em relação a imagens de períodos anteriores, informaram fontes oficiais ao jornal “Washington Post” e à emissora “CNN”.

Vários membros do Congresso expressaram seu mal-estar nos últimos dias pelo fato de o governo não os ter notificado sobre a troca, com pelo menos 30 dias de antecedência, como exige a lei.

O governo explicou que agiu sem consultar o Congresso devido aos “relatórios críveis de risco de danos graves” para o sargento, que era mantido em cativeiro no Afeganistão desde junho de 2009.

“Não tinha bom aspecto. Acho que o presidente (Obama) deve ter tido um impacto emocional quando o viu”, opinou após o encontro o senador republicano Mark Kirk.

Ao término da reunião, vários legisladores garantiram que as informações do governo os deixaram com “mais perguntas do que respostas”, disse o senador democrata Joe Manchin.

Assim, o esforço do governo para explicar aos senadores os motivos de não tê-los notificado sobre a libertação e reduzir as críticas não convenceu a todos e deixou ainda muitas questões no ar.

O descontentamento pela falta de informação com antecedência é maior entre os republicanos, que pressionam para que ocorra uma audiência aberta sobre as negociações que conduziram à troca, com o argumento de que a convocada pelo Comitê das Forças Armadas da Câmara dos Representantes, com portas fechadas, para a próxima semana, não é suficiente.

Antes do encontro dos senadores, o presidente americano, Barack Obama, defendeu na Polônia que seu governo fez “o correto”.

“Independentemente das circunstâncias, quaisquer que possam ser essas circunstâncias, temos um soldado americano de volta”, disse o presidente, que faz um giro pela Europa nesta semana.

O governo americano tentou negociar, durante anos, a libertação de Bergdahl, por quem os talibãs pediram inicialmente US$ 1 milhão de resgate e a libertação de 21 presos.

O senador republicano John McCain pediu que o governo esclarecesse nesta semana que tipo de vigilância será feita com os cinco presos afegãos transferidos para o Catar, que aceitou recebê-los durante pelo menos um ano, com liberdade de movimento, mas sob supervisão.

O sargento Bergdahl está no hospital militar de Landstuhl, no sudoeste da Alemanha, e posteriormente será transferido para outro centro médico no Texas (EUA), onde continuará com os cuidados físicos e psicológicos. EFE

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