Governo grego diz que está aberto ao diálogo com a Comissão Europeia

  • Por Agencia EFE
  • 29/06/2015 10h46
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Atenas, 29 jun (EFE).- O governo grego mantém aberto o diálogo com a Comissão Europeia (CE) apesar da ruptura das negociações, segundo informações da televisão pública baseadas em fontes governamentais.

As mesmas fontes disseram que o Executivo não efetuará o pagamento ao Fundo Monetário Internacional (FMI) do empréstimo no valor de 1,6 bilhão de euros que vence na terça-feira.

Por outro lado, o porta-voz do governo, Gavriil Sakellaridis, afirmou que “a honestidade é um elemento essencial para indicar boa fé e credibilidade em uma negociação”.

Sakellaridis disse isso em resposta às declarações do presidente da CE, Jean-Claude Juncker, que pediu hoje ao povo grego que “vote sim” no referendo de domingo e reivindicou ao primeiro-ministro, Alexis Tsipras, “que diga a verdade ao povo grego”.

“Peço aos gregos, que amo profundamente, que votem sim seja qual for a pergunta”, disse Juncker em entrevista coletiva.

No domingo e em uma medida sem precedentes, Juncker decidiu publicar as propostas feitas nos últimos dias à Grécia, mas acrescentou que essa pretende “influenciar” a opinião grega.

Nos últimos dias tinham circulado na imprensa internacional e local as sucessivas propostas e correções de uma e outra parte.

Na versão do documento publicada ontem pela CE, que é do dia 26, quando foi realizado o Eurogrupo, as instituições propõem uma taxa do IVA para os hotéis e restaurantes de 13%, fato pelo qual o governo grego mostrou sua estranheza, pois no texto anterior falava-se de 23%.

“Na quarta-feira de manhã, as instituições entregaram uma proposta que contempla uma tarifa de IVA de 23% para os restaurantes e de 13% para os hotéis a partir de 1 de julho. Na quinta-feira de manhã, as instituições voltaram à proposta de 23% tanto para restaurantes como para hotéis. Esta foi a proposta das instituições no Eurogrupo e entregue como ultimato à Grécia”, disseram fontes governamentais.

“Se houve uma mudança de posição em um dia, sem anunciá-la formalmente ao governo grego, é questão das instituições”, acrescentaram as fontes governamentais.

Por outro lado, em uma conversa telefônica mantida hoje, Tsipras disse a Juncker que a rejeição do Eurogrupo a estender durante uns dias a prorrogação do plano de resgate para facilitar a realização do referendo transgride “a tradição democrática da Europa”.

Segundo fontes governamentais, Tsipras disse ao presidente da Comissão que “como político europeu é seu dever defender as tradições da Europa a fim de que o povo heleno decida livremente no domingo”.

Neste sentido, o primeiro-ministro grego pediu “contribuição para outorgar uma prorrogação de dias ao programa grego para que seja restabelecida a liquidez do sistema bancário grego”.

Tsipras conversou também com o presidente do parlamento Europeu, Martin Schultz, a quem pediu apoio pela extensão do programa para facilitar a consulta.

“Schultz informou a Tsipras que ia convocar uma sessão dos presidentes dos grupos parlamentares para examinar o pedido grega e empreender iniciativas”, indicaram as fontes. EFE

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