Governo grego e credores definem calendário de recapitalização bancária
Atenas, 5 ago (EFE).- A Grécia e representantes de seus credores internacionais fizeram nesta quarta-feira um primeiro balanço sobre as negociações, que terminou com algumas questões abertas, mas com uma avaliação global positiva e a definição de um calendário de recapitalização dos bancos.
Após a reunião do Conselho de Política Econômica do governo, o ministro grego de Finanças, Euclides Tsakalotos, anunciou à imprensa que os tempos para a recapitalização bancária já foram estipulados com os sócios da zona do euro.
“Os pessoas que fazem empréstimos, como nós, querem que o processo se realize em breve, ou seja, até o final do ano”, afirmou Tsakalotos.
O ministro ponderou que “ainda é preciso resolver três ou quatro questões de quadros técnicos que precisam de mais tempo”.
O maior desencontro na reunião foi sobre o tratamento que as dívidas incobráveis deverão receber na Grécia , o que esperam solucionar no começo da semana que vem.
Outros temas espinhosos são o da criação de um fundo de privatização no valor de 50 bilhões de euros, e o de como será realizado o processo de transição dos ativos que por enquanto estão sob a autoridade responsável das privatizações na Grécia, Taiped.
Tsakalotos se referiu também à agenda de reformas do Executivo e assinalou que “é preciso ver quais serão feitas agora e quais em outubro, quais vão continuar e daí o impacto que estas reformas terão no ano fiscal e no crescimento”.
Entre as novas medidas, segundo a imprensa local, poderiam estar a abolição imediata da aposentadoria antecipada, a aplicação da cláusula de déficit zero nos caixas da previdência, o aumento do percentual de contribuição para alguns setores, uma redução do salário mínimo no setor público, a liberalização das regras de demissões e uma reforma na tributação dos agricultores.
Mas o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, defendeu hoje que os trabalhadores que vivem só da agricultura possam continuar a ter um tratamento fiscal favorável mantendo seu imposto reduzido sobre a renda em 13% e aplicar, além disso, reduções para os jovens agricultores.
Após visitar o Ministério da Agricultura, Meio Ambiente e Energia, Tsipras se comprometeu também a apresentar um programa de incentivos que sirva para proteger o setor agrícola até 2020.
Por sua vez, a porta-voz do governo, Olga Gerovasili, se mostrou “ainda mais otimista do que ontem” e afirmou, em entrevista à emissora de rádio “Vima”, que o texto que servirá de base para o terceiro resgate já começou a ser redigido.
“Certamente hoje estamos otimistas, talvez até mais otimistas do que ontem, no sentido de que no final do dia tivemos um bom resultado das negociações, sem grandes dificuldades e mantendo o um clima positivo”, indicou Yerovasili. EFE
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