Governo mexicano anuncia desarmamento de milícias de autodefesa

Morelia (México), 3 mar (EFE).- O governo do México iniciará nos próximos dias o desarmamento dos grupos civis de autodefesa que surgiram em 2013 no sudoeste do estado de Michoacán para combater a organização criminosa dos “Cavaleiros Templários”, anunciaram nesta quinta-feira fontes oficiais.

O comissário federal para a Segurança e o Desenvolvimento Integral de Michoacán, Alfredo Castillo Cervantes, informou que o governo federal também iniciará a retirada das barricadas que existem em diversas localidades dos 30 municípios em que operam as milícias.

Os integrantes desses grupos agora farão parte do Corpo de Defesas Rurais do Exército Mexicano, que inclui civis em tarefas de segurança nas comunidades e pequenos povoados.

Castillo detalhou que os grupos de autodefesa já foram notificados, por isso seus integrantes terão que entregar seus fuzis AK-47 e AR-15, assim como pistolas de diferentes calibres.

Por sua vez, o ministro de Governo (Interior), Miguel Ángel Osorio Chong, afirmou que o desarmamento vem depois da operação do governo federal que terminou com a morte e/ou prisão dos principais líderes dos “Templários”.

Em janeiro deste ano, as autoridades federais iniciaram uma operação especial para Michoacán, que resultou na morte, em março, de Nazario Moreno González, conhecido como “El Chayo”, e Enrique Plancarte Solís, conhecido como “Kike”, os dois principais líderes da organização criminosa.

Dionisio Loya Plancarte, tio de “Kike” e número 3 na linha de comando dos “Cavaleiros Templários”, foi detido por forças federais.

O governo mexicano segue agora a pista de Servando Gómez Martínez, conhecido como “La Tuta”, que teria assumido a liderança do bando, que foi enfraquecido pelas ações governamentais.

Estanislao Beltrán, um dos porta-vozes das milícias de autodefesa, disse no município de Huetamo que seus companheiros vão aderir às leis mexicanas e colaborarão com o governo do país.

As milícias de autodefesa surgiram no dia 24 de fevereiro de 2013 na chamada região de Tierra Caliente de Michoacán, para combater os “Cavaleiros Templários”, organização acusada de narcotráfico, sequestros, homicídios, extorsões e outros crimes.

Esses grupos civis operam em 30 dos 113 municípios de Michoacán, e na maioria dos casos são vigiados e acompanhados pela Polícia Federal em ações contra o crime organizado. EFE