Governo português estima prejuízo da TAP por greve em 35 milhões de euros
Lisboa, 11 mai (EFE).- O governo de Portugal calculou nesta segunda-feira em 35 milhões de euros os prejuízos causados pelos dez dias de greve dos pilotos da companhia aérea estatal TAP, que começou no último dia 1º e terminou ontem.
“São quase 25 milhões de euros em receitas perdidas, aos quais devem ser somados cerca de 10 milhões em hospedagem, refeições e outras despesas de recolocação de passageiros”, declarou o ministro da Economia e Emprego, António Pires de Lima, no balanço divulgado à imprensa.
Essa greve, que provocou um cancelamento médio de voos diários de 70%, segundo a empresa, e 50%, de acordo com o sindicato de pilotos, “dificultou ainda mais a gestão já delicada da tesouraria da TAP”, companhia que está em vias de ser vendida a capital privado.
Segundo o gabinete de privatização, o caixa da empresa está em uma situação “desesperada”, pois tem um fluxo livre de 2 milhões de euros.
O secretário de Estado de Transportes, Sérgio Silva Monteiro, constatou que a TAP está agora “mais frágil” e anunciou, sem dar detalhes, um plano especial para diminuir as perdas milionárias da longa greve.
O Sindicato Português da Aviação Civil (SPAC), que convocou a paralisação, justificou a medida alegando o que considera uma violação dos pactos assinados com o governo e a administração de TAP em dezembro do ano passado.
Esta entidade exige o cumprimento de um antigo acordo segundo o qual os funcionários poderiam ficar com o controle de 20% da TAP em caso de privatização e reivindica a reposição dos salários após anos de cortes.
“Os exemplos destrutivos da Iberia (Espanha), da Alitalia (Itália) e da Olympic Airways (Grécia) são casos que o SPAC e os pilotos portugueses devem ter muito presentes. Ignorar estes precedentes seria cair em riscos inaceitáveis”, avisou o sindicato. EFE
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