Governo rebelde em Trípoli convida comunidade internacional à capital

  • Por Agencia EFE
  • 19/04/2015 16h13

Trípoli, 19 abr (EFE).- O parlamento rebelde em Trípoli chamou neste domingo a comunidade internacional a continuar a apoiar o processo de paz na Líbia e a enviar equipes de investigação e análise à capital para conhecer em primeira mão a situação que a cidade e as áreas controladas pela denominada Conferência Nacional vivem.

O pedido foi feito em comunicado emitido pouco depois de o enviado especial da ONU para o conflito na Líbia, Bernardino León, anunciasse “avanços rumo a um executivo de consenso nacional” nas negociações, que acontecem na cidade marroquina de Sjeirat.

Segundo o diplomata, “cerca de 80 % do plano está estipulado e o resto poderá ser negociado nas próximas duas semanas”, em que haverá reuniões de segurança.

Neste sentido, as partes devem trabalhar para acabar com as hostilidades no terreno, em particular na cidade de Bengazi e nas localidades próximas a Trípoli, cenário nas últimas semanas de ferozes combates entre as milícias islamitas afins ao governo rebelde e as forças regulares ao comando do general Khalifa Hafter, chefe do exército controlado pelo governo internacionalmente reconhecido na cidade de Tobruk.

“Somos otimistas e ajudaremos à missão em seus objetivos, daremos conta de nossas consultas em Trípoli”, explicou o chefe da equipe negociadora do governo de Trípoli, Salah al Mahzum.

Seu colega na equipe negociadora de Tobruk, Mohammed Shoaib, também pediu a continuidade do diálogo construtivo e pediu que os interesses pessoais cedam protagonismo ao bem geral para que não percam o que foi conquistado até agora.

“Estamos em um longo processo de diálogo durante o qual muitos assuntos foram tratados e estamos perto de um acordo”, confirmou.

Apesar dos avanços no espectro político, a violência continua sendo uma constante na Líbia, um país transformado em um Estado fracassado, vítima da guerra civil e do caos desde a queda de Muammar Kadafi, em 2011.

Desde as últimas eleições, a Líbia tem dois governos, um em Trípoli e outro em Tobruk, que lutam pelo poder e pelo controle dos vastos recursos energéticos, apoiados por líderes tribais, senhores da guerra, milícias islamitas e contrabandistas de pessoas, petróleo, drogas e armas.

No meio, se fortalecem grupos jihadistas ligados ao grupo Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque e à organização da Al Qaeda no Magrebe Islâmico, ainda a associação terrorista mais potente do norte da África.

EFE

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