Governo russo aprova desenvolvimento da Rota Ártica
Moscou, 8 jun (EFE).- O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, aprovou nesta segunda-feira um programa de desenvolvimento da Rota marítima Ártica, alternativa ao Canal de Suez, que poderia revolucionar o transporte mundial de mercadorias.
“Aprovamos o projeto de desenvolvimento da Rota Marítima do Norte. Como todos sabem, esta é a rota mais curta que une a Europa e o Extremo Oriente, a região Ásia-Pacífico e a costa ocidental dos EUA”, anunciou à imprensa.
Medvedev reconheceu que a Rota Ártica está subutilizada e que o volume anual do tráfego de mercadorias quase não supera as 4 milhões de toneladas anuais, muito longe dos números soviéticos.
“A rota deve servir para tornar realidade nossas vantagens logísticas”, ressaltou Medvedev.
O governo estima em 80 milhões de toneladas de carga o potencial de crescimento do volume de transporte para 2030.
O vice-primeiro-ministro, Dmitri Rogozin, assegurou que a rota estará apoiada por 17 portos, alguns dos quais já operam, e que estarão equipado com centros de salvamento.
Além disso, estão sendo construídos três navio quebra-gelo atômicos especialmente para a rota -o primeiro dos quais entrará em funcionamento em 2017, enquanto os seguintes estarão aptos no final desta década- e outros dez navio quebra-gelo com combustível diesel.
Rogozin destacou a importância de promover mundialmente, mas sobretudo entre potências comerciais como a China, a rota como alternativa aos itinerários tradicionais.
Um navio tem que percorrer 10,6 mil quilômetros para chegar pelo norte desde a cidade russa de Murmansk (mar de Barents, perto da fronteira com a Noruega e Finlândia) ao porto chinês de Xangai, enquanto atravessar pelo Canal de Suez é necessário percorrer 17,7 mil quilômetros.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, promulgou em 2012 uma lei que regulava pela primera vez a navegação pela rota marítima ártica, que “é praticamente um terço mais curta do que a rota tradicional”, segundo o chefe do Kremlin.
A considerável redução da camada de gelo que cobre o oceano Glacial Ártico devido ao aquecimento global permitiu há vários anos que um petroleiro russo abrisse este itinerário com a ajuda de vários navio quebra-gelo.
A Rússia é o único país do mundo que conta com uma frota de navios quebra-gelo atômicos, por isso que teria o monopólio da rota. EFE
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