Governo venezuelano afirma que Felipe González não é “bem-vindo” ao país

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 19h24

Caracas, 14 mai (EFE).- O Executivo venezuelano “não considera bem-vindo” ao país ao ex-presidente do governo espanhol, Felipe González, e “não lhe prestará apoio algum”, segundo uma comunicação do Ministério das Relações Exteriores à embaixada da Espanha em Caracas à qual a Agência Efe teve acesso nesta quinta-feira.

A comunicação indica que ficam “sob a absoluta responsabilidade” de González as ações que realizar em Caracas, “as quais, sem dúvida, podem ser qualificadas como um evidente ato hostil que procura gerar uma matriz de opinião contrária ao país”.

O ex-presidente do governo espanhol deve chegar à Venezuela na próxima segunda-feira para prestar apoio à defesa dos políticos opositores ao presidente Nicolás Maduro, Leopoldo López e Antonio Ledezma, presos no país.

A comunicação, emitida pelo escritório do vice-ministro para a Europa, Calixto Ortega, assinala que “nenhum ente do governo nacional e muito menos a presidência da República ou a chancelaria fizeram convite, de natureza alguma”, a González.

Além disso, afirma que “este personagem se caracterizou por ter tornado públicas suas posições antivenezuelanas e antibolivarianas e assumiu como tarefa somar-se à campanha contra a terra que viu nascer os libertadores que lutaram pela independência do colonialismo espanhol”.

“Em consequência, o governo da República Bolivariana da Venezuela não o considera bem-vindo e não lhe prestará apoio algum, ficando sob sua absoluta responsabilidade as ações que realize”, completa.

A comunicação acrescenta que González “está qualificado pela recente história da Espanha como um ator negativo que gerou calamidades a seu povo”.

O escritório do vice-ministro para a Europa ainda “sugere ao cidadão Felipe González que, se está interessado na defesa dos direitos humanos, que na Venezuela estão plenamente garantidos, como nunca antes, se dedique à defesa dos 500.000 desesperançados e despejados de suas casas” na Espanha.

Omar Estacio, advogado de Antonio Ledezma, reiterou hoje à Efe que González deve chegar a Caracas na próxima segunda-feira.

Estacio explicou que estava previsto que, junto ao ex-presidente do governo espanhol, chegassem também a Caracas no mesmo voo, para apoiar os opositores presos, os ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Lagos (Chile) e Andrés Pastrana (Colômbia), mas que “problemas de agenda de última hora” o impediram.

A decisão de González de defender estes opositores foi desestimada pelas autoridades venezuelanas e, após tornar-se pública, o ex-mandatário espanhol foi declarado “persona non grata” pelo parlamento venezuelano.

Por sua parte, González assegurou que não pensa em “provocar nenhum incidente” nem “formar um escândalo na fronteira”, se o governo de Maduro decidir não deixá-lo entrar em território venezuelano. EFE

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