Governos e setor civil discutirão em São Paulo rumos da internet
São Paulo, 22 abr (EFE).- Governos de vários países e representantes do setor civil discutirão a partir de amanhã, em São Paulo, o rumo da legislação da internet e seus possíveis modelos de gestão, durante a conferência internacional NETMundial.
O encontro, que tem como objetivo principal discutir uma nova governança para internet, contará com a presença de delegações de 85 países, entre os quais se encontram mais de 20 autoridades, entre ministros e secretários.
Entre as delegações com participação ministerial já confirmadas se destacam as de países como Estados Unidos, França, Gana, Argentina, Rússia, Cuba e Peru; e órgãos supranacionais como a União Europeia (UE) e a Agência da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O governo dos Estados Unidos, foco de críticas por sua política de espionagem na rede, estará representado pelo Assistente Especial da presidência e Coordenador de Ciberseguridade do país, Michael Daniel.
A conferência será inaugurada pela presidente Dilma Rousseff, e posteriormente serão realizadas sessões de trabalho nas quais se abordarão, entre outros temas, os princípios que devem reger a governança na rede e as remodelações necessárias no “ecossistema” da internet.
Também estarão presentes o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o da Justiça, José Eduardo Cardozo.
De acordo com o presidente da NETMundial, o brasileiro Virgilio Almeida, durante o encontro também se discutirão assuntos propostos por dezenas de governos e de cidadãos por meio do site da conferência.
Entre os participantes internacionais estão o vice-presidente da Comissão Europeia e comissária da UE para Agenda Digital, Neelie Kroes; o diretor-geral adjunto da Unesco, Getachew Engida, e representantes do setor privado e acadêmico.
A previsão é de que mais de 600 pessoas, de pelo menos 85 países, procedentes da sociedade civil, empresas, universidades e do setor técnico participem do evento.
A NETMundial será transmitida em sete línguas e será o eixo de eventos paralelos em 33 cidades de todo o mundo, a maior parte no hemisfério sul.
O encontro faz parte das medidas implementadas pelo governo após as revelações feitas pelo ex-analista da CIA e da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) Edward Snowden sobre a espionagem americana.
Segundo documentos revelados por ex-analista da NSA, os serviços secretos americanos espionaram as mensagens de correio eletrônico e telefônicas da presidente Dilma e de seus principais assessores, assim como da Petrobras e outras empresas do país. EFE
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