Grupo islamita afegão reivindica assassinato de jornalista sueco em Cabul

  • Por Agencia EFE
  • 12/03/2014 08h03

Cabul, 12 mar (EFE).- A organização islamita Movimento Fidai Mohaz do Afeganistão reivindicou nesta quarta-feira por meio de um comunicado o assassinato em Cabul do jornalista sueco Nils Horner, acusado pelo grupo de ser “um espião” do serviço secreto britânico MI6.

Horner, que também tinha nacionalidade britânica, foi morto ontem quando realizava entrevistas na capital afegã acompanhado por um motorista e um intérprete.

Segundo a versão da emissora pública “Rádio da Suécia”, para a qual Horner trabalhava, dois desconhecidos se aproximaram e dispararam na nuca do repórter.

O grupo islamita, no entanto, afirmou no breve comunicado que só um de seus “heróis” participou do “ataque técnico” que matou o jornalista.

“Nills Horner não era um jornalista, mas espionava para o MI6”, sentenciou o “Movimento Fidai Mohaz do Afeganistão”.

De acordo com vários analistas afegãos consultados pela Agência Efe, o grupo foi criado recentemente e ainda não se sabe quais são seus objetivos.

Após a divulgação do assassinato do jornalista, os talibãs negaram qualquer relação com o ataque.

O repórter, que antes tinha trabalhado em Londres e Nova York, atuava desde 2001 como correspondente da “Rádio da Suécia” no continente asiático e morava em Hong Kong.

Para a emissora, Horner cobriu a queda do regime talibã, a entrada das tropas americanas em Bagdá, o tsunami no sudeste asiático e o acidente da usina nuclear japonesa de Fukushima.

Horner viajava três ou quatro vezes por ano a Cabul, onde estava realizando uma cobertura prévia às eleições presidenciais marcadas para 5 de abril no país.

Ataques contra jornalistas estrangeiros não são comuns no Afeganistão, mas já ocorreram sequestros de profissionais do setor.

Dois jornalistas franceses da emissora pública “France 3” foram sequestrados pelos talibãs e libertados em junho de 2011 após dezoito meses em poder dos insurgentes.

Este ano é o último em que tropas da Otan permanecerão no Afeganistão, de acordo com um calendário de retirada gradual que se encerra em dezembro, quando as forças locais assumirão a segurança em todo o território afegão.

A ocupação e a transferência de poder, no entanto, não freou a atividade insurgente nem a espiral de violência no país asiático. EFE

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