Hollande diz que encontro de Poroshenko e Putin é “reconhecimento de fato”

  • Por Agencia EFE
  • 04/06/2014 20h38

Bruxelas, 4 jun (EFE).- O presidente da França, François Hollande, disse nesta quarta-feira que a presença do presidente russo, Vladimir Putin, e do ucraniano recém-eleito, Petro Poroshenko, na cerimônia em homenagem ao desembarque de Normandia na próxima sexta significa um “reconhecimento de fato” de Moscou do novo governo da Ucrânia.

Hollande convidou os dois líderes ao evento, que acontecerá no próximo dia 6 no norte da França, em memória da operação militar que desencadeou a vitória aliada na Segunda Guerra Mundial, consciente do simbolismo de um encontro entre os presidentes após a tensão desencadeada com a anexação da Crimeia pela Rússia.

“Sei o que pode provocar um encontro com Putin” e Poroshenko, afirmou o presidente francês no fim do encontro do G7 realizado hoje em Bruxelas, e acrescentou que o chefe de Estado russo “confirmou a presença na Normandia, (o que) quer dizer que sabe que será com os chefes de Estado e governo (presentes), entre eles, o da Ucrânia”.

“Se farão contato, precisaremos esperar para saber”, comentou, mas ressaltou que “de todo modo, parecerá um reconhecimento, uma forma de reconhecimento de fato, que deve se tornar o mais rápido possível um reconhecimento de pleno direito”.

O presidente francês defendeu o convite a Putin, reconhecendo o papel do povo russo, “heroico na defesa à invasão nazista” durante a Segunda Guerra Mundial.

“É por isso que Putin tem que estar presente. A vitória contra a barbárie nazista foi possível pelo desembarque, pela vontade dos países aliados e do povo russo”, assegurou.

Também disse que ao longo do dia acontecerão encontros bilaterais entre os chefes de Estado e de governo presentes, como o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, a chanceler alemã, Angela Merkel, Putin e o próprio Hollande.

E lembrou que os presentes tirarão uma fotografia “onde todos estarão juntos”.

Hollande lembrou que a realização do G7, que amanhã será dedicada a assuntos econômicos, sem a participação da Rússia é “consequência dos sérios elementos que aconteceram” em referência à Ucrânia.

Os países do G7 estão “dispostos a intensificar as sanções seletivas se for necessário para que não haja um novo processo de confronto”, alertou Hollande.

O presidente francês também falou sobre a Síria e a recusa dos sete líderes de considerar válidas as eleições realizadas ontem no país árabe, e lembrou que ainda há “massacres” no país e o trabalho para destruir todas as armas químicas deve continuar.

Para ele é de fundamental importância abordar a questão dos jihadistas europeus que marcham à Síria para combater e “criam problemas” no retorno, enquanto assinalou que decidiu estreitar a cooperação para “dissuadir, prevenir e retaliar este tipo de movimento, que pode pôr em risco nossa própria segurança”. EFE

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