Índice de confiança do consumidor brasileiro cai a menor nível desde 2001

  • Por Agencia EFE
  • 25/02/2015 15h29

Rio de Janeiro, 25 fev (EFE).- O índice de confiança do consumidor na economia brasileira caiu em fevereiro para 100 pontos, seu menor nível desde junho de 2001, informou nesta quarta-feira a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A confiança do consumidor em fevereiro caiu 4% em relação a janeiro e 8,1% na comparação com o mesmo mês de 2014, segundo a CNI, que mede este indicador mensalmente em associação com o Ibope.

A taxa de confiança, que acumulou quatro meses de queda consecutiva, ficou em fevereiro mais de 10 pontos abaixo da média histórica do indicador (110,9 pontos).

De acordo com a CNI, a queda da confiança do consumidor foi provocada por uma piora da percepção dos brasileiros sobre a inflação, o emprego e sua renda pessoal nos próximos meses.

Os consumidores disseram ainda estar em pior situação financeira do que em fevereiro do ano passado, mais endividados e comprando menos bens de alto valor. A pesquisa escutou 2.002 pessoas em 142 municípios,

Outro indicador da confiança do consumidor, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), também registrou uma forte queda.

Segundo a instituição, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu de 89,8 pontos em janeiro até 85,4 pontos em fevereiro, seu menor nível desde que começou a ser medido, em setembro de 2005.

O ICC ficou em fevereiro 9,3 pontos abaixo do registrado no início de 2009 (94,7 pontos), quando o país enfrentava os efeitos da crise econômica global.

De acordo com a FGV, essa queda foi provocada pela aceleração da inflação no Brasil, o aumento das taxas de juros e a piora das condições no mercado de trabalho.

“Essa combinação de aumento da inflação, seguimento da tendência de elevação dos juros e piores perspectivas para o mercado de trabalho, assim como o aumento do risco de um racionamento hídrico e energético, provocou uma onda de pessimismo entre os consumidores no início de 2015”, segundo o economista Tabi Thuler Santos, responsável pelo estudo.

De acordo com Santos, a percepção negativa sobre o rumo da economia “pode contribuir para aprofundar a desaceleração do nível de atividade econômica”.

A economia brasileira se desacelerou em 2014 e neste ano pode sofrer uma recessão de 0,50%, segundo as últimas projeções dos analistas do mercado financeiro. EFE

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