Inflação apresenta queda nos EUA e pode fazer Fed recuar sobre alta de juros
Washington, 16 set (EFE).- O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos Estados Unidos caiu 0,1% em agosto, na primeira baixa desde janeiro, que mantém o acumulado anual em 0,2%, o que aumenta a pressão para que o Federal Reserve (Fed) atrase um pouco mais a esperada alta das taxas de juros de referência.
O Departamento de Trabalho publicou nesta quarta-feira o relatório mensal sobre a inflação, coincidindo com o início da reunião de dois dias do comitê de política monetária do Fed, que é o banco central americano.
Os analistas previram inicialmente que o IPC se manteria estável em agosto, após leve alta de 0,1% registrada em julho. O indicador, contudo, caiu graças a redução dos preços da energia (2%) e, em participar, da gasolina (4,1%).
Durante os últimos 12 meses, o valor da gasolina teve redução de 23%, de acordo com relatório do governo. Quanto aos preços dos alimentos, no mês passado houve alta de 0,2%, com destaque para ovos, frutas e vegetais.
Enquanto os salários, ajustados à inflação, subiram 0,5% em agosto, foram registradas altas de 2% nos últimos 12 meses, de acordo com o Departamento de Trabalho, em um relatório paralelo.
A marca anual de 0,2%, que a inflação atingiu em agosto, ainda esta longe dos 2%, objetivo do Federal Reserve.
Até a recente volatilidade dos mercados de todo o mundo, ligada a fragilidade da economia chinesa, vários indícios apontavam que o Fed estava preparado para anunciar alta das taxas de juros de referência, atualmente entre 0% e 0,25%.
Agora, muitos analistas apostam que, diante desta volatilidade e do não-crescimento da inflação, o Fed preferirá esperar, e não haverá anúncio na entrevista coletiva que deverá conceder amanhã a presidente do órgão, Janet Yellen.
Stanley Fischer, vice-presidente do Fed, por sua vez, disse recentemente que há “boas razões” para pensar que a inflação terá alta, o que significa que não deveria ser preciso esperar até alcançar a meta dos 2% anuais para iniciar a subida dos juros.
O “número 2” citou que alguns dos fatores que empurravam a inflação para baixo, como a queda global dos preços do petróleo, começaram a “se dissipar”. Fischer explicou também que o Fed está “seguindo a evolução da economia chinesa e seus efeitos reais ou potenciais”, com relação a outras nações.
A alta de juros, se vier a acontecer, será a primeira desde 2006, e é vista como a confirmação definitiva de que os Estados Unidos deixaram para trás a chamada Grande Recessão. O Fed rebaixou as taxas de juros em níveis próximos a zero, em plena crise, com o objetivo de estimular a economia nacional e favorecer a tomada de crédito. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.