Informante do FBI pirateou sites de vários governos, diz “New York Times”
Washington, 24 abr (EFE).- Um hacker que trabalha para o FBI coordenou uma campanha em 2012 para executar centenas de ataques a sites de outros países, entre elas algumas operadas pelos governos de Brasil, Irã, Síria e Paquistão, publicou nesta quinta-feira o “New York Times”.
O jornal, que teve acesso a documentos judiciais, afirmou que o suposto informante explodiu a vulnerabilidade de um software de um dos servidores de internet mais utilizados e extraiu grandes quantidades de dados dos governos de vários países para depois transferi-los para o FBI.
Os arquivos da Corte, que até agora tinham permanecido em segredo, não indicam se oFBI tinha ordenado os ciberataques para reunir a informação ou se o hacker enviou os dados por iniciativa própria.
Os ataques foram coordenados por Héctor Xavier Monsegur, conhecido como “Sabu”, que já tinha sido um destacado membro da organização Anonymous, e participado de uma série de ataques contra alvos de alto perfil, como PayPal e MasterCard.
No início de 2012, Monsegur foi detido pelo FBI e passou a colaborar com a Agência para identificar outros membros do Anonymous, segundo os documentos da corte.
Um deles era Jeremy Hammond, que junto com Monsegur trabalhou para sabotar os servidores da Stratfor Global Intelligence, uma empresa privada de inteligência com sede em Austin (Texas).
Após conseguir entrar nos arquivos da companhia, Monsegur começou a fornecer a Hammond listas de sites estrangeiros que poderiam ser vulneráveis a sabotagens.
“Após Stratfor, todos estava bastante fora de controle em termos dos alvos a que tínhamos acesso”, disse Hammond durante uma entrevista este mês em uma prisão federal em Kentucky, onde cumpre uma condenação de 10 anos após se declarar culpado da operação de Stratfor e outros ciberataques.
A capacidade de espionagem internacional dos Estados Unidos foi alvo das críticas ano passado quando, através das revelações de Edward Snowden se descobriu que a Agência Nacional de Segurança (NSA) tinha espionando comunicações de vários líderes internacionais.
Barack Obama teve que enfrentar então vários conflitos com outros líderes que, segundo os documentos vazados, tinham sido objeto de vigilância. Mais tarde, o presidente americano ordenou que se encerrasse a espionagem a líderes de países aliados e fossem feitas reformas no sistema de vigilância telefônica da NSA. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.