Instituições insistem em maiores cortes em pensões e aumento de IVA na Grécia

  • Por Agencia EFE
  • 24/06/2015 12h06

Atenas, 24 jun (EFE).- As instituições credoras apresentaram à Grécia uma contraproposta na qual insistem em pedir maiores cortes nas pensões e mais aumento do IVA, mas menores altas no imposto de sociedades.

Segundo o documento citado por vários meios de comunicação gregos, as instituições – Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI)- rejeitam a repartição de despesas e ingressos feitas pelo governo de Alexis Tsipras.

Por exemplo, as instituições não aceitam que o Executivo grego se limite a aumentar os ingressos do sistema de pensões através do aumento das cotações à seguridade social, mas insistem em uma economia global de 1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Atenas tinha proposto uma economia global de 0,37% neste ano e de 1,07% em 2016, mas baseada no aumento das cotações à seguridade social e das contribuições dos aposentados aos seguros de doença, já que queria evitar cortes diretos das pensões.

Por outro lado, as instituições insistem também, segundo a imprensa grega, em um aumento global dos ingressos pelo imposto sobre o valor agregado (IVA) de 1% do PIB em 2016, enquanto o governo tinha proposto 0,74%.

Com relação aos impostos de sociedades, no qual o Executivo grego tinha proposto aumentar os juros de 26% a 29%, os credores por outro lado exigem um aumento de 28%.

Outro dos pontos da contraproposta se refere à despesa em defesa. A Grécia tinha proposto reduzir os gastos em 200 milhões de euros para 2016, enquanto as instituições pedem o dobro.

A contraproposta vai na linha da abordagem do FMI, que, segundo o governo grego, exige que o peso da economia se produza através de maiores cortes na despesa e não do aumento de ingressos.

Segundo os meios de comunicação, o novo documento será entregue a Tsipras na reunião que manterá em breve com os líderes das três instituições, Jean-Claude Juncker (CE), Christine Lagarde (FMI), e Mario Draghi (BCE).

Pouco antes de viajar rumo a Bruxelas, onde já foi recebido por Juncker, Tsipras pôs em dúvida a vontade do FMI de chegar a um acordo.

Fontes governamentais disseram que pouco antes de partir, o primeiro-ministro disse a sua equipe em relação com a “perseverança de algumas instituições” de não aceitar medidas alternativas para conseguir o objetivo de economia estipulado no programa de resgate, que “isto não ocorreu nunca, nem na Irlanda e nem em Portugal, em nenhum lugar”.

Tsipras acrescentou que este “comportamento estranho só pode ter duas explicações: ou não querem acordo ou querem servir a interesses específicos na Grécia”. EFE

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