Irã pede que EUA deixem de fazer “política perigosa” no Oriente Médio
Nações Unidas, 28 set (EFE).- O presidente do Irã, Hassan Rohani, pediu nesta segunda-feira aos Estados Unidos que deixe de “explicar a verdade do Oriente Médio, fazer acusações infundadas e seguir com outras políticas perigosas em defesa de seus aliados regionais”, além de realizar “ações compatíveis com a realidade da região”.
Rohani garantiu que a política externa dos Estados Unidos no Oriente Médio “cultiva as sementes da divisão e do extremismo”.
“Não devemos esquecer que as raízes das guerras de hoje, da destruição e do terror, podem ser encontradas na ocupação e nas intervenções militares de ontem”.
“Se as invasões militares dos Estados Unidos no Afeganistão e Iraque não tivessem ocorrido e sem o apoio incondicional dos Estados Unidos às ações desumanas do regime sionista sobre a nação oprimida da Palestina, os terroristas não teriam hoje desculpa para seus crimes”, acrescentou.
Rohani mostrou, no entanto, sua intenção de seguir rumo à paz e ao avanço nas relações internacionais de seu país depois do acordo nuclear alcançado recentemente com o Grupo 5+1 (EUA, China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha).
“Nós não esqueceremos do passado, mas não queremos viver no passado. Não esqueceremos da guerra e das sanções, mas olhamos para a paz e o desenvolvimento”, disse.
O presidente iraniano reconheceu “o papel de todos os negociadores para conseguir este acordo”.
“Quando foi necessário, avançamos, e quando foi necessário, mostramos o valor da flexibilidade. Foi um exemplo do triunfo do diálogo construtivo (…) Demonstramos nessas negociações que não há nada nas intenções do Irã que não sejam a lógica, a razão e a ética”, indicou.
“O Irã nunca teve a intenção de construir uma arma nuclear e portanto as sanções eram injustas e ilegais. As sanções do Conselho de Segurança (da ONU) e as unilaterais de alguns países se baseavam em asseverações sem fundamento”, prosseguiu.
Rohani aproveitou, além disso, a tribuna da Assembleia Geral para apontar “o luto” vivido em seu país após as 769 mortes de fiéis muçulmanos no tumulto de Meca em 24 de setembro e reivindicar responsabilidades às autoridades sauditas.
“A opinião pública exige que os funcionários da Arábia Saudita cumpram com suas obrigações e ofereçam acesso consular imediato para o retorno rápido dos restos dos falecidos”, motivo pelo qual Rohani antecipou seu retorno ao Irã, que acontecerá hoje mesmo.
“Que são preparadas as condições para uma investigação independente e precisa para encontrar as causas deste desastre e que haja meios para que esta catástrofe não se volte a repetir no futuro”, concluiu. EFE
msc/ff
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