Israel aprova construção de 362 imóveis em colônias de Jerusalém Oriental

  • Por Agencia EFE
  • 05/02/2014 15h22

Jerusalém, 5 fev (EFE).- A Prefeitura de Jerusalém aprovou nesta quarta-feira a construção de 362 novos imóveis em três assentamentos judaicos de Jerusalém Oriental, disseram à Agência Efe fontes municipais.

Os projetos receberam sinal verde definitivo prévio ao início das obras de edificação, que incluem 102 imóveis em Neveh Yakov, 232 em Har Homah e 28 em Pisgat Zev, todas elas colônias judias em território ocupado por Israel após a guerra em 1967.

“Hoje foi aprovada a última autorização para que possam ser iniciadas as obras de construção”, confirmou à Agência Efe o vereador Pepe Alalu, do partido de esquerda “Meretz”.

O vereador acrescentou que a Prefeitura autorizou, além disso, as escavações prévias para outro novo plano de edificação pelo qual se projeta levantar dois edifícios que abrigarão outros 70 imóveis, apesar da iniciativa ainda requerer futuras aprovações.

“Parece que Israel e a Prefeitura (de Jerusalém) não querem entender que estamos em uma etapa muito delicada e qualquer passo pode atrasar ou mesmo parar com as conversas de paz”, assinalou Alalu.

A decisão adotada nesta quarta-feira poderia representar um novo obstáculo às complexas negociações que israelenses e palestinos sustentam desde o ano passado sob a batuta do secretário de Estado americano, John Kerry.

Israel considera as novas construções uma expansão dos bairros judeus situados na parte oriental da cidade, onde os palestinos, que exigiram que seja congelada a ampliação das colônias durante a negociação, aspiram estabelecer como capital de seu futuro Estado.

Neste contexto, a ministro da Cultura e Informação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Hanan Ashrawi, condenou hoje em comunicado a decisão.

“É evidente que Israel está isolando Jerusalém de seu entorno palestino mediante muros de apartheid, postos de controle e anéis de assentamentos”, ressaltou.

O responsável palestino disse que a medida é uma “provocação deliberada” de Israel para “levar os palestinos a abandonar as negociações em protesto pelas violações israelenses, e portanto responsabilizá-los pela destruição do processo de paz”.

Ashrawi, membro do Comitê Executivo da OLP, afirma na nota que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, envia de forma deliberada uma dura mensagem aos EUA, Europa e ao resto do mundo de que não tem intenção de respeitar o direito internacional e a vontade da comunidade internacional. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.