Israel critica levantamento do embargo russo de armas ao Irã

  • Por Agencia EFE
  • 13/04/2015 15h32
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Jerusalém, 13 abr (EFE).- O ministro israelense de Inteligência e Assuntos Estratégicos, Yuval Steinitz, criticou nesta segunda-feira duramente o levantamento por parte da Rússia do embargo à venda de mísseis ao Irã e alertou que este país apostará no “rearmamento” após o pacto nuclear recém-assinado.

“Embora o Irã negue artigo após artigo do acordo marco (nuclear com o G5+1) anunciado na semana passada, a comunidade internacional começou a aliviar as restrições” que tinha imposto contra Teerã, alertou o ministro em comunicado.

“Isto prova que o impulso econômico que o Irã ganhará graças ao levantamento das sanções será aproveitado para (adquirir) armamento e não para o bem-estar do povo iraniano”, afirmou.

A Rússia anunciou hoje que levantava a proibição à provisão de sistemas de mísseis antiaéreos S-300 ao Irã, à espera de que a ONU anule o embargo às exportações de armas a esse país.

Moscou exigirá o levantamento do embargo internacional uma vez fechado, previsivelmente antes de 30 de junho, o acordo nuclear definitivo das potências do G5+1 com o Irã, anunciou o vice-ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov.

Steinitz, mão direita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu em tudo o que envolve o programa nuclear do Irã, considerou que o levantamento do embargo russo “é produto da legitimidade que o Irã obteve com o acordo nuclear”.

“Ao invés da comunidade internacional exijir a desistência de sua atividade terrorista no Oriente Médio e por todo o mundo, permite que o país seja rearmado com avançados sistemas que só aumentarão suas agressões”, conclui Steinitz.

A provisão de foguetes S-300 russos ao Irã é motivo de preocupação em Israel há anos porque, segundo este país, desdobrados em torno das instalações nucleares, impedirão qualquer opção militar se fracassarem as negociações ou se Teerã decidir finalmente fabricar armas atômicas.

O sistema S-300 é uma avançada bateria antiaérea com um alto grau de efetividade em ataques por parte de aviões e mísseis inimigos.

O decreto assinado hoje pelo presidente russo, Vladimir Putin, não faz referência à possibilidade de provisão imediata dos S-300 ao Irã, mas sim abre a porta a entregas deste armamento por via terrestre, marítima ou aérea, inclusive antes do levantamento do embargo da ONU.

Em 2010, o então presidente russo, Dmitri Medvedev, cancelou o contrato para a provisão dos S-300 ao Irã em aplicação de uma resolução da ONU.

Segundo o contrato assinado em 2007, a Rússia devia ter fornecido ao Irã pelo menos cinco baterias de sistemas móveis de defesa aérea S-300. EFE

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