Doha, 18 mai (EFE).- O jornalista Mark Lobel, da rede britânica “BBC”, ficou detido por cerca de 36 horas no Catar após ser convidado pelas autoridades do país para uma visita guiada, confirmaram nesta segunda-feira fontes oficiais catarianas.
Lobel foi convidado junto a outros jornalistas e fotógrafos estrangeiros pelo Ministério do Trabalho catariano para verem supostas melhorias que estão sendo feitas nos alojamentos de trabalhadores estrangeiros.
O repórter chegou ao Catar dias antes do início da viagem e foi detido em 2 de maio com outros três integrantes de sua equipe em Doha quando gravavam um grupo de trabalhadores nepaleses, segundo fontes relacionadas ao incidente, sobre o qual a própria “BBC” divulgou informações nesta segunda.
Lobel relatou em artigo que foi libertado após passar duas noites na prisão, mas sua equipe permaneceu presa de maneira “dramática” e sobre interrogatórios “hostis”.
Segundo uma nota do governo catariano divulgada nesta segunda-feira pelo jornal “Doha News”, os problemas tidos pela equipe da “BBC” poderiam ter sido evitados se tivessem optado por se unir aos outros jornalistas para o tour.
“Lamentamos que não tenha podido informar que o governo e o setor privado estão fazendo um progresso significativo nos esforços para melhorar a vida e as condições trabalhistas dos trabalhadores estrangeiros no Catar”, afirma a nota.
O Catar vem recebendo duras críticas pelas más condições nas quais mantém muitos dos trabalhadores, entre eles os operários que se encarregam da construção das instalações para a Copa do Mundo de 2022.
Não é a primeira que jornalistas são detidos no país. O alemão Florian Bauer, repórter do canal público “ARD”, de seu país, foi preso em abril, embora ele mesmo tenha admitido que não tinha as permissões necessárias. EFE