Juiz pede aval do Brasil para interrogar diplomata espanhol que matou esposa

  • Por Agencia EFE
  • 24/06/2015 13h25

Madri, 24 jun (EFE).- Um juiz espanhol pediu nesta quarta-feira autorização ao Brasil para interrogar o diplomata Jesus Figón, que trabalhava na embaixada da Espanha no país e confessou ter matado a própria esposa em legítima defesa.

O primeiro pedido do juiz Eloy Velasco, que previa que Figón fosse ouvido no dia 30 deste mês, foi negado ontem pela Audiência Nacional da Espanha, que entendeu que a solicitação tinha sido feito fora dos trâmites oficiais.

O magistrado concordou em enviar uma carta rogatória ao Brasil para fazer o interrogatório em 9 de setembro.

Além disso, Velasco reivindica cópia do inquérito policial, do relatório da autópsia de Rosemary Justino Lopes e também as fotos das lesões produzidas, tanto ofensivas como defensivas.

Figón, de 64 anos, trabalhava como Conselheiro de Interior da Embaixada da Espanha no Brasil quando matou Rosemary, de 50 anos. Ele se entregou à Polícia Civil do Espírito Santo no dia 12 de maio e foi colocado em liberdade após confessar o assassinato, tendo sua imunidade diplomática cassada.

A Audiência Nacional também decidiu anular ontem o pedido de repatriação à Espanha do corpo de Rosemary, também ao entender que a requisição tinha sido feita fora das regras de cooperação entre os dois países.

Apesar de reconhecer a competência da justiça espanhola nesse caso, o tribunal considerou a existência de uma “preferência a favor das autoridades brasileiras” para julgar os fatos, já que as primeiras investigações foram conduzidas no país.

Rosemary e Figón estavam juntos há 30 anos, quando se conheceram na Espanha, e tinham uma filha em comum, que no dia 13 de maio apresentou a denúncia contra seu pai. EFE

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