Kerry: “Hoje começamos a reparar o que estava danificado” entre EUA e Cuba
Washington, 20 jul (EFE).- O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, disse nesta segunda-feira, após reunir-se com o chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez, que ambos países começam, com o restabelecimento das relações diplomáticas, a “reparar o que estava danificado” após 54 anos de inimizade.
“Celebremos este dia, 20 de julho, porque hoje começamos a reparar o que estava danificado e a abrir o que tanto tempo esteve fechado”, afirmou Kerry em espanhol em entrevista coletiva junto a Rodríguez.
Kerry se reuniu durante mais de uma hora e meia no Departamento de Estado com Rodríguez, o primeiro chanceler cubano que visita a sede da diplomacia americana desde 1958.
Ambos falaram sobre a reabertura das embaixadas concretizada hoje, sobre a atualidade política na América Latina e sobre os assuntos que ainda estão pendentes na relação bilateral, entre eles “os direitos humanos”, segundo disse Kerry.
“Os Estados Unidos acolhem com beneplácito o novo começo de sua relação com o povo e o governo de Cuba. Estamos decididos a viver como bons vizinhos sobre a base do respeito mútuo e queremos que todos os cidadãos nos EUA e em Cuba olhem para o futuro com esperança”, declarou Kerry.
O chefe da diplomacia americana, que no próximo dia 14 de agosto viajará para Cuba para hastear a bandeira dos EUA na nova embaixada, ressaltou que o “marco” de hoje “não significa o fim das diferenças que ainda separam os dois governos”.
“Mas reflete a realidade que a Guerra Fria acabou há muito tempo e (…) começamos um processo de normalização que certamente levará tempo, mas também beneficiará ao povo tanto em Cuba como nos Estados Unidos”, acrescentou Kerry.
Em relação ao embargo comercial americano que ainda pesa sobre a ilha, Kerry lembrou que o governo de Barack Obama pediu ao Congresso que suspenda essas sanções.
“É nossa esperança que, durante o desenvolvimento da relação nas próximas semanas, meses ou anos, esperamos que não muitos anos, as pessoas comecem a ver os benefícios” da nova política americana, afirmou Kerry, para enfim concretizar o fim do embargo. EFE
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