Khamenei diz que Irã não deixará EUA aproveitarem acordo para se infiltrar

  • Por Agencia EFE
  • 17/08/2015 09h39

Teerã, 17 ago (EFE).- O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta segunda-feira que seu país não deixará que os EUA aproveitem o acordo com a República Islâmica sobre seu programa nuclear para “se infiltrarem no país e abrirem caminho em temas políticos, econômicos e culturais”.

Khamenei se expressou assim durante a abertura de um encontro de representantes de cadeias de televisão e rádio de todo o mundo islâmico, e ressaltou que o afã por penetrar no Irã foi um dos motivos principais dos países ocidentais para chegar a um acordo nuclear com seu país.

“O Irã não permitiu (nas negociações), e não permitirá nunca, que alcancem esse objetivo. Bloquearemos firmemente seu caminho e não permitiremos aos EUA abrirem caminho em temas econômicos, políticos e culturais. Conteremos esta infiltração com todo nosso poder”, disse o líder.

A agência oficial iraniana “Irna” disse que Khamenei qualificou como “fantasia oca” a intenção americana de influir no Irã com o acordo, um pacto que o líder insistiu em assinalar “que ainda não está resolvido” e que não “está claro” que será aprovado nem pelo Congresso dos Estados Unidos nem pelo parlamento iraniano.

Khamenei ressaltou que o Irã trabalhará agora para “identificar as intenções do inimigo e planejar como resistir” a seus avanços contra a República Islâmica.

O histórico acordo entre Irã e as potências do Grupo 5+1 (EUA, França, China, Rússia, Reino Unido e Alemanha), anunciado em 14 de julho, pôs fim a mais de dez anos de tensão internacional pelo programa nuclear iraniano.

Com ele o Irã poderá manter seu programa nuclear pacífico, sob uma estrita vigilância internacional em troca do fim das sanções econômicas que estrangulam sua economia.

Vários destacados políticos tanto do Irã como do Ocidente, assim como analistas e especialistas, consideraram que este acordo abre a porta para uma aproximação do país com a comunidade internacional e para uma possível abertura do regime.

Tanto EUA como o Irã negaram a possibilidade de suas relações bilaterais mudarem a curto ou a longo prazo, e que manterão suas posturas abertamente opostas em temas regionais e internacionais. EFE

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