Kiev culpa polícia pela morte de 46 pessoas em enfrentamentos em Odessa
Donetsk (Ucrânia), 4 mai (EFE).- O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, responsabilizou neste domingo a polícia pela morte de 46 pessoas na sexta-feira devido aos violentos enfrentamentos e ao incêndio da Casa dos Sindicatos.
“Se os órgãos de segurança funcionassem, então os terroristas deveriam ter sido neutralizados”, disse Yatseniuk, citado pela imprensa local.
O primeiro-ministro fez estas declarações durante reunião em Odessa com um grupo de ativistas, agendada para conhecer sua posição sobre os combates que eclodiram na sexta-feira e originaram a tragédia que abalou a cidade banhada pelo Mar Negro.
Kiev acusa a polícia local de incapacidade para manter a ordem pública e falta de ação para impedir o choque entre os insurgentes pró-Russia que defendem a federalização do país e manifestantes leais a Kiev.
Yatseniuk explicou que um grupo especial da Procuradoria-Geral se encarregará de investigar as circunstâncias da tragédia para “encontrar todos os líderes e organizadores” dos distúrbios.
Dezenas de milhares de habitantes de Odessa foram hoje para as igrejas para homenagear os mortos, enquanto muitos depositaram ramos de flores em frente à Casa dos Sindicatos.
A Ucrânia declarou luto nacional por dois dias pela tragédia em Odessa. A maioria dos mortos no incêndio eram manifestantes pró-Rússia, que entraram no prédio para fugir da polícia.
Os rebeldes acusam o lado contrário de incendiar o edifício ao lançar coquetéis molotov e outros artefatos explosivos caseiros, enquanto a polícia diz que os insurgentes também lançaram objetos e dispararam de dentro da Casa dos Sindicatos contra a multidão.
Segundo informou hoje a agência UNIAN, grupos pró-Rússia radicais publicaram nas redes sociais os endereços de alguns ativistas pró-Ucrânia e prometeram vingança.
A Rússia exigiu uma investigação exaustiva sobre o incidente, que classificou como “bárbaro assassinato”, e advertiu que se isto não ocorrer irá recorrer aos tribunais internacionais. EFE
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