Ladezma foi incriminado por militar que sofreu torturas, diz advogado

  • Por Agencia EFE
  • 22/02/2015 15h14

Caracas, 22 fev (EFE).- O prefeito de Caracas, o opositor Antonio Ledezma, foi preso devido a uma confissão feita por um militar que o incriminou “sob tortura”, disse o advogado do político, Omar Estacio, em entrevista publicada neste domingo no jornal “La Verdad de Maracaibo”.

Ladezma foi acusado de tramar um golpe contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. A confissão teria sido feita pelo tenente-coronel José Arocha, que se encontra detido desde maio de 2014, quando foi preso por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin).

“Nós vamos sustentar que essa confissão foi obtida por meio de tortura” e que “a ata de incriminação” foi assinada por Arocha em novembro do ano passado, afirmou o advogado de Ledezma.

O prefeito opositor foi detido na quinta-feira passada e na sexta-feira foi formalmente acusado de conspiração e formação de quadrilha, com base em provas que o presidente Maduro disse que revelará na terça-feira ou na quarta-feira.

O prefeito, de acordo com o advogado, pode sair de prisão dentro de 45 dias ou, no pior dos casos, ser sentenciado a 28 anos de reclusão, “pena máxima pelos delitos que está sendo acusado”.

Estacio disse ainda que a defesa poderá alegar no momento adequado imunidade de Ledezma pois ele foi eleito democraticamente.

“Nós vamos alegar essas coisas no momento adequado. Seguimos de acordo com uma estratégia processual. Vamos fazer isso, mas não neste momento. Vamos, por enquanto, buscar provas de sua inocência, e apelar desta medida”, explicou o advogado.

Estacio negou que Ledezma esteja “melancólico ou deprimido” na penitenciária Ramo Verde, próximo a Caracas, mas “está entre otimista e incomodado porque se sente vítima de uma arbitrariedade”.

Os prefeitos de Sucre, Carlos Ocariz, e de Baruta, Gerardo Blyde, ambos opositores a Maduro, visitaram neste sábado Ledezma e divulgaram uma mensagem do político.

“Eu só apoiei vias constitucionais. Insto a Unidade (aliança de partidos de oposição a Maduro) a discutir sobre a renúncia” do chefe de Estado “e outras vias constitucionais” para antecipar o fim de sua gestão presidencial, prevista para o ano de 2019, disse Ledezma por meio de Ocariz e Blyde.

Os dois prefeitos afirmaram que o Ledezma se encontra “física, moral e espiritualmente forte e em boas condições”. EFE

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