Laudo confirma tortura em hospital militar durante ditadura

  • Por Agencia EFE
  • 11/08/2014 19h33

Rio de Janeiro, 11 ago (EFE).- O caso de Raul Amaro Nin Ferreira, torturado durante a ditadura militar (1964-1985), representa a primeira constatação de um caso de violação dos direitos humanos em um hospital militar durante o regime, informou nesta segunda-feira a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro.

A investigação, baseada em documentos oficiais da época e no laudo cadavérico, concluiu que Raul Ferreira foi torturado no Hospital Central do Exército (HCE), em Triagem, na zona norte do Rio de Janeiro, entre os dias 4 e 11 de agosto de 1971, quando morreu por causa das múltiplas lesões pelo corpo adquiridas durante a internação.

A presidente da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, Nadine Borges, quer que o Exército entregue aos investigadores o prontuário de todos os ativistas que passaram por esse hospital para esclarecer o papel do centro médico pelo qual passaram dezenas de presos políticos durante a ditadura militar.

“Os relatos de tortura e de morte dentro da estrutura militar, mesmo que as Forças Armadas neguem, nós sabemos que ocorria. O que não sabíamos é que o Hospital Central do Exército servia para torturar e matar, sendo o caso do Raul o primeiro a ser revelado”, disse Nadine em entrevista para a “Agência Brasil”.

Em comunicado remetido à comissão, a família do ativista torturado durante o regime militar pede que o único coronel que está envolvido no caso e que continua vivo, José Antonio Nogueira Belham, esclareça algumas lacunas do laudo pericial e revele a identidade dos torturadores de Raul Ferreira. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.