Lavrov: rebeldes pró-Rússia cessarão combates se Kiev parar ofensiva militar

  • Por Agencia EFE
  • 10/06/2014 11h39
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Moscou, 10 jun (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, se mostrou nesta terça-feira convencido de que os insurgentes pró-Rússia cessarão os combates contra as forças ucranianas assim que a Ucrânia declarar cessar-fogo.

“Então, estou convencido de que essa gente que o senhor chama de separatistas responderá da mesma forma”, disse Lavrov em entrevista coletiva depois de se reunir em São Petersburgo com os chanceleres alemão, Frank-Walter Steinmeier, e polonês, Radoslaw Sikorski.

Lavrov ressaltou que para a Rússia “a chave para reverter o aumento da tensão é a cessação da operação militar contra os que protestam” nas regiões de Donetsk e Lugansk (leste da Ucrânia), cenário de uma sublevação pró-russa desde o início de abril.

“Mas quando a aviação militar ataca o centro da cidade, como ocorreu em Lugansk, quando se usa a artilharia, blindados e tanques para atacar bairros residenciais, então o senhor não pode acusar o povo que quiser defender as cidades e os povos onde vivem com suas crianças”, disse.

O chefe da diplomacia russa considerou que a negativa das autoridades de Kiev a abrir um diálogo com os representantes do sudeste russófilo “é o caminho do agravamento da crise e da catástrofe”.

“Não criar as condições para incluir no diálogo os representantes do sudeste significa aguçar o conflito e apostar na força militar com a esperança que poderá ser garantida com uma vitória suficientemente sangrenta como para ditar suas condições ao sudeste”, manifestou.

Lavrov ressaltou que, independentemente da visão que se tenha da crise ucraniana, toda a comunidade internacional deve centrar seus esforços em “a imediata cessação do derramamento de sangue e do uso da força”.

Além disso, acrescentou, deve começar “um diálogo com a participação de todas as regiões da Ucrânia para pactuar o futuro modelo de Estado”.

Também elogiou a proposta do novo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, de criar corredores humanitários e expressou sua confiança em que isso não seja um “estratagema militar”.

Poroshenko defendeu no domingo declarar um cessar-fogo nesta mesma semana após apresentar um plano de paz para a regra pacífico do conflito.

Após tomar posse no sábado, Poroshenko manteve consultas com a nova emissária para a Ucrânia da OSCE, a suíça Haidi Tagliavini, na presença do embaixador russo, Sergei Zurábov, que retornou a Kiev após ser retirado durante os distúrbios de fevereiro.

O encontro foi planejado na sexta-feira passada na Normandia (França) por Poroshenko e o presidente russo, Vladimir Putin. EFE

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