Líder de Gregos Independentes diz que mantém o apoio ao governo

Atenas, 14 jul (EFE).- O líder dos nacionalistas Gregos Independentes (ANEL) e ministro da Defesa, Panos Kamenos, assegurou nesta terça-feira que seu partido mantém o respaldo ao primeiro-ministro, Alexis Tsipras, e deixou entrever que amanhã votará a favor do primeiro pacote de medidas de ajuste.

Após uma reunião do grupo parlamentar de ANEL no qual foi fixada a estratégia para a votação de amanhã, Kamenos disse, em uma linguagem crítica, que seu partido votará “unicamente” a favor das medidas aprovadas na reunião há uma semana dos líderes políticos pró-europeos, que deram mandato a Tsipras para apresentar uma catálogos de propostas aos credores.

Kamenos, que descreveu o acordo imposto ontem pelos líderes da zona do euro como “golpe de Estado”, recalcou que seu grupo não respaldará medidas que “violem” o mandato outorgado pelos partidos.

As declarações de Kamenos apontam que o ANEL respaldará as leis que serão votadas amanhã, pois faziam parte do pacote pactuado entre os líderes dos partidos no governo e os da oposição, mas possivelmente não o acordo em si, que também deve ser aprovado.

Neste primeiro pacote figuram as mudanças no regime do IVA; no sistema de pensões (com aumentos em cotações ao seguro médico dos aposentados e a eliminação progressiva das aposentadorias antecipadas).

Também a independência do escritório de estatísticas Elstat e a criação de um Conselho Fiscal independente, encarregado de zelar pelo cumprimento dos objetivos de déficit e de supervisionar a aplicação da legislação fiscal.

Todos estes assuntos estavam incluídos nas medidas propostas pelo Executivo aos credores.

No entanto, Kamenos tinha assegurado ontem que no acordo de Bruxelas há assuntos insustentáveis como a criação de um fundo ao qual serão transferidos bens públicos por um valor de 50 bilhões de euros, ou mudanças no Código de Procedimento Civil que pretende acelerar os processos judiciais, e que, segundo o líder nacionalista, se traduzirá em despejos de inquilinos de imóveis. EFE