Líder nacionalista defende futura Escócia independente ao deixar cargo

  • Por Agencia EFE
  • 14/11/2014 15h38

Londres, 14 nov (EFE).- O até agora líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP), Alex Salmond, defendeu nesta sexta-feira, em seu último discurso como presidente do partido, que o futuro da Escócia é sair do Reino Unido.

“Escócia será uma nação independente, agora o sabemos com mais certeza que antes”, afirmou Salmond durante o congresso anual do partido, realizado em Perth, dois meses depois do referendo em que 55% dos escoceses rejeitaram a divisão.

O político nacionalista, que anunciou sua renúncia em 19 de setembro, um dia depois da consulta, cederá também o cargo de ministro principal escocês que ocupa desde 2007 na semana que vem, quando o parlamento de Edimburgo confirmará sua “número dois”, Nicola Sturgeon, como nova chefe do governo autônomo.

Salmond disse estar orgulhoso de ter sido o principal promotor do referendo pela independência da Escócia, quando 1,6 milhão de escoceses optaram “pela esperança acima do medo”, afirmou.

“Depois do referendo, nossos oponentes acham que a Escócia foi silenciada, que devemos voltar a ficar na nossa caixa, que terminou tudo, mas eu digo que não”, continuou Salmond, para quem a consulta “o mudou tudo” para o futuro.

“As pessoas não vão desaparecer de novo nas sombras políticas, a nação não se enfurnará na escuridão. Pusemos a Escócia no mapa global, os olhos do mundo se fixaram em nós neste último ano”, disse Salmond.

O dirigente do SNP se mostrou convencido de que muitos dos cidadãos que votaram “não” no plebiscito disseram na realidade um “não ainda”.

Salmond ressaltou que “como democratas”, os nacionalistas “aceitaram o resultado do referendo com dignidade” e chamou seus eleitores para se mobilizarem para as eleições gerais no Reino Unido em 2015 para que o SNP se sente em Westminster “no banco do motorista”.

Em seu discurso, o político nacionalista não deixou claro se será candidato a deputado da Câmara dos Comuns ano que vem e tratou a questão com ironia: “Decidi não me candidatar a Westminster por Lewes” (um circunscrição do sul da Inglaterra).

Ao passar a liderança do partido para Nicola, o dirigente escocês ressaltou que o objetivo de curto prazo do partido é garantir que Londres “cumpra sua promessa” de dar mais poderes autônomos à Escócia.

“Deve ser degradante para nossos oponentes unionistas nos ver perder o referendo e continuar lutando pela prosperidade. Estão totalmente desorientados, não conseguem entender que diabos está se passando”, afirmou Salmond. EFE

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