Líder socialista português pede livre circulação na comunidade lusófona

Lisboa, 24 jun (EFE).- O líder dos socialistas de Portugal, António Costa, defendeu nesta quarta-feira a necessidade de que exista liberdade de circulação entre os países que têm o português como língua oficial por meio da criação de uma cidadania lusófona.

“Temos uma excelente relação entre Estados, temos uma relação econômica e cultural cada vez mais profunda, mas há uma dimensão de cidadania por aprofundar. É preciso garantir a total liberdade de circulação entre nossos espaços”, disse Costa em um almoço com embaixadores dos países de fala portuguesa no 40º aniversário do início do processo de independência das colônias.

Segundo sua opinião, a livre circulação permitiria “eliminar barreiras” que dificultam o contato entre famílias cujos membros vivem em países diferentes da comunidade lusófona.

No encontro, que aconteceu na sede do Partido Socialista em Lisboa, Costa ressaltou que o estabelecimento de uma cidadania lusófona garantiria também o “reconhecimento das qualificações profissionais e dos títulos acadêmicos” obtidos nos países da comunidade, assim como a manutenção dos direitos à seguridade social.

“Cada vez mais há portugueses que trabalham em países africanos e no Brasil, e muitos africanos e brasileiros trabalham em Portugal. Obtiveram seus direitos à seguridade social e assegurar-se de levar esse direito em seu retorno ao país de origem é absolutamente fundamental”, considerou.

Além disso, Costa propôs a criação de um programa de intercâmbio de estudantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) semelhante ao que é realizado na Europa por meio do programa Erasmus.

A CPLP, com sede em Lisboa, está constituída por Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé-Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial. EFE