Líderes políticos gregos dão incumbência a Tsipras de fechar um acordo

  • Por Agencia EFE
  • 06/07/2015 14h45
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Atenas, 6 jul (EFE).- Os líderes políticos da Grécia, com exceção dos comunistas e neonazistas, deram nesta segunda-feira ao primeiro-ministro do país, Alexis Tsipras, a tarefa de negociar em Bruxelas e conseguir um acordo com os credores da dívida grega, informou o presidente do partido Gregos Independentes e aliado do governo, Panos Kamenos.

“Todos os líderes políticos demos a incumbência ao primeiro-ministro de ir amanhã a Bruxelas para negociar. O acordo é um caminho de sentido único”, disse Kamenos após a reunião de líderes que durou durante sete horas.

Tsipras saiu da reunião, realizada no palácio presidencial, sem fazer declarações e se dirigiu diretamente à sede do governo, em um edifício próximo.

Kamenos disse que “agora está nas mãos da Europa perceber que se trata de uma proposta de todos os partidos”.

O líder nacionalista explicou que em breve será divulgado um comunicado conjunto assinado pelos presidentes de todos os partidos gregos, com exceção do líder do comunista KKE, Dimitiris Kutsumbas, que esteve presente na reunião, mas se negou a assinar o documento.

O texto também não foi assinado pela legenda neonazista Amanhecer Dourado, cujo presidente, Nikolaos Milaloliakos, não foi convidado a participar deste conselho extraordinário de chefes de partidos políticos.

Participaram da reunião, liderada pelo chefe de Estado, Prokopis Pavlopoulos, os presidentes do partido conservador Nova Democracia, Vangelis Meimarakis, do social-democrata Pasok, Fofi Yenimata, do centrista To Potami, Stavros Theodorakis, assim como do comunista KKE, Dimitris Kutsumbas.

Ao fim do encontro, Meimarakis, que ontem, após a renúncia de Antonis Samaras, assumiu provisoriamente a presidência do partido Nova Democracia, afirmou que “o projeto de acordo tem todas as características” desejadas, mas frisou que esta reunião deveria ter sido convocada meses antes.

Por sua vez, Theodorakis afirmou que o comunicado conjunto contém uma “referência à reestruturação da dívida” e assegurou que se pede ao Banco Central Europeu aceitar o “esforço” da Grécia para que se retomem as negociações, já que “é necessário levar em conta as necessidades do sistema bancário”.

“Haverá momentos difíceis, será necessário tomar decisões difíceis, e nestes momentos os líderes políticos devem ser honestos e não dizer coisas que seus eleitores gostam”, afirmou.

A social-democrata Yenimata disse que é “responsabilidade do governo” conseguir “um acordo sustentável que garanta a permanência da Grécia na UE”.

Yenimata criticou, no entanto, que a iniciativa do primeiro-ministro para selar um pacto com as demais forças políticas ocorra “muito tarde”, já que o país está “sem programa” e “sem proteção”.

Por sua vez, Kutsumbas manifestou sua total desaprovação, por não compartilhar que possa haver, dentro da União Europeia, um acordo a favor do povo.

“Estivemos em desacordo completo tanto na interpretação do resultado como na estratégia que o primeiro-ministro propôs e que foi adotada pelos demais partidos. Não demos nenhuma aprovação para um terceiro Memorando (programa de resgate)”, disse. EFE

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