Lojas online e crise afetam o emprego

  • Por Estadão Conteúdo
  • 08/08/2016 08h57
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SAMSUNG Marcos Santos/USP Imagens Interior de loja de roupas com diversos consumidores -tecidos

Além dos cortes feitos pelas grandes redes para crescer a produtividade dos funcionários e compensar a queda na venda por causa da recessão, o emprego do varejo está ameaçado pela evolução tecnológica.

Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, disse que os avanços do comércio eletrônico e das vendas por telefone podem complicar mais um cenário que já é desfavorável para o emprego no setor por conta da crise.

Entre janeiro e julho, foram homologadas na cidade de São Paulo demissões de 71.212 trabalhadores no comércio. É um número apenas 1,5% menor do que no mesmo período de 2015. No ano passado inteiro, o total foi de 117.199 homologações. Uma demissão é homologada, isto é, a rescisão do contrato de trabalho passa pelo sindicato, quando o funcionário está há mais de um ano no emprego.

“Temos agora dois problemas que nos preocupam: crise e vendas pela internet”, disse o presidente do sindicato.

O avanço da internet é nítido, por exemplo, nos resultados do Magazine Luiza, gigante do varejo de eletrodomésticos e móveis. As vendas online responderam por quase um quarto do faturamento total da companhia no segundo trimestre de 2016, que foi de R$ 2,56 bilhões.

Frederico Trajano, presidente da varejista, disse que o projeto da empresa é se transformar numa loja digital com pontos físicos de venda. Para ganhar produtividade, ele contou que o plano é equipar com um smartphone cada vendedor dentro das lojas físicas para que ele possa realizar todas as operações e reduzir o tempo do processo de venda, que vai da baixa no estoque ao pagamento. O tempo poderá ser reduzido de 45 para 5 minutos.

“Vamos transformar 2 mil caixas em vendedores.” Questionado se o projeto deve resultar em demissões, Trajano respondeu que vai “precisar de mais gente capacitada para gerar receita”.

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