Maduro afirma que Santos fez “piores ofensas” da história contra Venezuela

  • Por Agencia EFE
  • 10/09/2015 02h40

Caracas, 9 set (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira que seu colega colombiano, Juan Manuel Santos, emitiu “as piores ofensas” da história contra a Venezuela, mas acrescentou que, apesar disso, está “obrigado a falar” com ele para solucionar a crise na fronteira.

“Acredito que o senhor cometeu um erro muito grave que é desrespeitar o presidente da Venezuela, mas mesmo assim, apesar de suas ofensas, eu como presidente da Venezuela estou obrigado a falar com o senhor e a resolver pela via do diálogo estes assuntos”, afirmou Maduro em um discurso transmitido do Palácio de Miraflores.

O presidente colombiano tinha afirmado horas antes que a revolução bolivariana da Venezuela “está se autodestruindo” e é a causa dos problemas do país vizinho.

No que foi sua mais dura resposta a Maduro desde que está no governo, Santos criticou os argumentos de seu colega venezuelano para fechar a fronteira e tirar colombianos assentados no fronteiriço estado de Táchira, que superam os 20.000 entre expulsos da Venezuela e os que saíram por conta própria, segundo números da ONU.

“O fechamento da fronteira com a Venezuela não é culpa da Colômbia. E a cada dia está mais claro que obedece a outros interesses”, declarou Santos sobre a explicação de Maduro que essa medida faz parte de uma campanha para combater o contrabando e supostos paramilitares que operam na região.

Maduro, por sua vez, respondeu que Santos, a quem viu hoje “fora de si” e que não “lhe parecia o presidente” que tinha conhecido, está obrigado, por sua vez, a “assumir a segurança da fronteira”.

“O presidente Santos emitiu hoje as piores ofensas contra a história da Venezuela, contra a revolução constitucional, legitima e popular bolivariana da Venezuela, contra o presidente da Venezuela, contra o povo da Venezuela, que jamais se tinha emitido da boca de um presidente da República da Colômbia em toda a história, em 200 anos”, reforçou.

Maduro ressaltou ainda que propôs que os governos latino-americanos que tentaram mediar a crise se esforcem para marcar “esse encontro tête-à-tête” com Santos.

“Eu estou pronto, nem ponho nem aceito condições. Quem impõe condições é quem não quer reuniões, é uma boa desculpa, mas uma desculpa meio infantil … Eu não ponho condições, eu vou”, garantiu. EFE

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