Manifestantes abordam prefeito de Acapulco e cobram notícias sobre estudantes

  • Por Agencia EFE
  • 19/12/2014 19h28

Acapulco (México), 19 dez (EFE).- Centenas de manifestantes bloquearam nesta sexta-feira por cerca de 40 minutos o carro em que o prefeito de Acapulco, Luis Walton, se deslocava, para cobrar informações sobre o desaparecimento de 43 estudantes há quase três meses.

O veículo foi bloqueado por uma corrente humana quando Walton chegava a um centro de convenções de Acapulco, cidade do estado de Guerrero, para um evento público.

Os manifestantes, entre eles familiares dos alunos desaparecidos, estudantes da mesma escola e integrantes da Coordenadoria Estatal de Trabalhadores da Educação em Guerrero (Ceteg), esvaziaram os pneus e picharam o carro.

“Foi o Estado”, “Ayotzinapa vive” e “Assassinos viajam aqui” foram algumas das mensagens escritas no veículo onde o prefeito podia ser visto assustado e fazendo telefonemas.

Os estudantes da escola de magistério de Ayotzinapa, onde em 26 de setembro os jovens desapareceram pelas mãos de policiais corruptos e criminosos, reivindicavam o esclarecimento do caso.

“Não viemos agredir ninguém, somente pedir que o caso de Iguala seja esclarecido, que nos apresentem os estudantes com vida, e que o governo federal puna os responsáveis”, explicou um dos manifestantes.

As pessoas que bloquearam o veículo oficial do prefeito chegaram a Acapulco em pelo menos quatro ônibus vindos de outros pontos do estado de Guerrero.

Após 40 minutos de bloqueio, Walton saiu do veículo para conversar com uma das mães dos desaparecidos que se aproximou, e disse se solidarizar com sua situação.

A mulher pediu que ele ordenasse a saída dos agentes federais que estavam perto da concentração e Walton respondeu que tentaria, mas que não era um tema de sua jurisdição.

Após a conversa, o prefeito saiu dali em outro veículo.

Desde o desaparecimento dos estudantes de Ayotzinapa aconteceram várias manifestações dentro e fora do país, algumas que descambaram para a violência, como a queima de veículos e vandalismo de edifícios públicos.

Os 43 estudantes desapareceram após uma onda de ataques a tiros que teriam sido ordenados pelo prefeito da cidade de Iguala, José Luis Abarca, quando morreram seis pessoas e 25 ficaram feridas.

Segundo a investigação oficial, os jovens foram detidos por policiais e entregues ao cartel Guerreros Unidos, que os teria assassinado e incinerado em um lixão do município de Cocula, vizinho a Iguala, versão que os familiares não acreditam. EFE

fm-sp/cd

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