Manifestantes vão às ruas contra fim do foro privilegiado; protestos tiveram baixa adesão

  • Por Jovem Pan com Agência Brasil
  • 26/03/2017 17h11
Brasília - Movimentos sociais fazem manifestação em apoio à Lava Jato, pelo fim do foro privilegiado, contra o voto em lista fechada e contra o aumento do Fundo Partidário (Antonio Cruz/Agência Brasil) Antonio Cruz/Agência Brasil Políticos são enterrados de forma simbólica em Brasília

As manifestações deste domingo (26), que pedem o fim da corrupção e apoiam a Operação Lava Jato ocorreram em mais de 130 cidades, segundo os movimentos Vem Pra Rua e Brasil Livre, organizadores dos atos.  As mobilizações também contam com o apoio de diversos grupos menores, que reivindicam também o fim do foro privilegiado e se mostram contrários a votação em lista fechada que está em discussão no Congresso.

Confira como foram as ações nas principais capitais do Brasil.

Belo Horizonte

Segundo os membros do MBL, Vem Pra Rua e Patriotas, cerca de 4 mil pessoas compareceram à Praça da Liberdade. Os manifestantes pediram o fim do foro privilegiado  , a anistia ao caixa 2 e o aumento dos recursos do fundo partidário. O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, denunciado em maio de 2016 pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção e lavagem de dinheiro, também foi alvo dos protestos.  

No entanto, segundo o Superior Tribunal de Justiça (STJ) a ação penal depende da aprovação de dois terços dos deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A pauta será discutida pelo STF em abril.

“Nós esperávamos que o judiciário fosse mais célere para nos poupar desse governo. Estamos incomodados com a cooperação institucional para sua manutenção no poder”, afirma Kátia Pegos, líder do Vem Pra Rua.

Brasília

Na capital federal, os manifestantes reuniram-se na Esplanada dos Ministérios. Uma das principais pautas de reivindicação foi contra a lista fechada, que vem sendo defendida por vários políticos. O juiz federal Sérgio Moro e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato no MP, Deltan Dallagnol, foram lembrados. A manifestação começou às 10h e terminou ao meio-dia, com um enterro simbólico do que chamaram de “velha política”. As lápides foram levadas para a frente do espelho d’água do Congresso Nacional. Em cada uma, havia a foto de um político.  De acordo com a Polícia Militar, 630 pessoas participaram do ato. 

Recife

No Recife, os atos se concentraram na Avenida Boa Viagem, na zona sul da cidade, por volta das 10h. Usando roupas verde e amarela, os manifestantes levavam faixas em apoio à Operação Lava Jato e ao juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações na Justiça Federal. Organizada pelo Movimento Vem Pra Rua, a manifestação seguiu pela orla até o 2° Jardim, onde se dispersou por volta das 12h30. Os organizadores e a polícia não divulgaram número de participantes.

Rio de Janeiro

Os cariocas marcaram presença na orla da praia de Copacabana, na zona sul, e também manifestaram apoio à Lava Jato e descontentamento com a impunidade e o foro privilegiado. Apesar da grande adesão, ainda não há números oficiais, segundo os organizadores.

São Paulo

A Avenida Paulista foi o palco dos protestos em São Paulo. A concentração maior aconteceu na região do MASP, entre as imediações do Parque Trianon até a Alameda Joaquim Eugenio de Lima. Uma faixa de 100 metros com os dizeres “fim do foro privilegiado” foi esticada na avenida.

Assim como ocorreu em todo o País, os manifestantes apoiavam a Lava Jato, pediam o fim do foro privilegiado e se mostravam contra a proposta de votação em lista fechada que está no Congresso. 

“A combinação dessas coisas resulta em impunidade e confirma privilégios para o futuro. É a perpetuação de poder para os políticos que estão ajudando a levar o Brasil para o pior caminho possível. Não são todos, mas é a maioria. Nós não somos contra a classe política. Nós precisamos deles para nossa democracia, mas precisamos de partidos e políticos que pensem no povo e não nos próprios interesses como é hoje”, disse o coordenador do Vem pra Rua, Rogério Chequer.

Para Kim Kataguiri, coordenador do Movimento Brasil Livre, o financiamento público das campanhas políticas significa obrigar a todos a financiar em um momento de crise econômica. “Também não concordamos com a lista fechada porque ela diminui o poder de escolha do eleitor, que não escolherá o candidato, mas sim a legenda.”

O MBL levou uma pauta específica que trata da aprovação do Projeto de Lei 722, que suprime um dos artigos do Estatuto do Desarmamento, e uma emenda para a Reforma da Previdência, elaborada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que cria um novo sistema previdenciário para os nascidos a partir do ano 2000.

Os atos começaram por volta das 14h e se encerraram de forma pacífica às 18h. Os organizadores e a Polícia Militar não confirmam as estimativas de público.

Ocorreram também manifestações no interior do estado. A maior foi em Campinas, onde os organizadores estimam que 2,5 mil pessoas participaram do ato. Em Jundiaí, estima-se que mais de 1 mil pessoas tenham ido às ruas – a polícia não divulgou números. 

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