Mansur adverte Sisi contra sobre os que querem “voltar ao passado”

Cairo, 4 jun (EFE).- O presidente interino do Egito, Adly Mansour, advertiu nesta quarta-feira em seu discurso de despedida para o novo líder eleito, Abdul Fatah al Sisi, contra os grupos de interesse que querem “voltar ao passado e que são rechaçados pelo povo”.

Mansur instou também a Sisi a escolher muito bem a seus ajudantes, “longe desses grupos de interesse”, e a trabalhar para que as mulheres gozem de seus direitos, além de desejar sucesso no desempenho de seu “difícil trabalho”.

Por outro lado, destacou que a sociedade egípcia “necessita mais que nunca que se renove o discurso religioso” e que o terrorismo não distingue entre cristãos e muçulmanos.

Nesse sentido, o líder interino lembrou que a segurança do Egito sofreu recentemente várias tentativas criminosas de desestabilizá-la.

“A história revelará um dia a verdade sobre o complô que se teceu contra o Egito. Nós livramos uma luta para defender não só ao Egito, mas a todo o povo árabe”, declarou.

Orgulhoso de seu trabalho, Mansur disse ter aceitado a responsabilidade de presidir o país interinamente “para servir à pátria” e confessou ter cumprido com seu dever em uma situação na qual “não só a pátria estava ameaçada, mas também a união do povo e sua identidade em meio à tensão política”.

Além disso, disse que, atualmente, o povo egípcio “não pechinchará o pão em troca de dignidade ou a segurança em troca de liberdade” e acrescentou que seu país também não voltará a ser testemunha de uma monopolização da região e da pátria.

Adly Mansour tomou posse como presidente interino em 4 de julho de 2013, um dia depois que o exército derrubou o então líder Mohammed Mursi, eleito democraticamente um ano antes.

Abdul Fatah al Sisi foi designado oficialmente ontem vencedor das eleições presidenciais realizadas entre os passados 26 e 28 de maio, com 96,91% dos votos, contra 3,09% de seu rival, Hamdin Sabahi, e com uma participação de 47,45%. EFE