Marcha em apoio a López se transforma em chamado para eleições parlamentares

  • Por Agencia EFE
  • 19/09/2015 22h20

Nélida Fernández.

Caracas, 19 set (EFE).- A mobilização convocada neste sábado pela aliança opositora venezuelana Mesa da Unidade Democrática (MUD) para dar apoio ao dirigente condenado a quase 14 anos de prisão Leopoldo López se transformou em um chamado concreto e urgente para o voto nas eleições parlamentares do próximo dia 6 de dezembro.

Os opositores, que hoje falaram diante de milhares de venezuelanos em várias cidades do país, acreditam que a “chave” mais eficiente para abrir as celas dos que consideram presos políticos é o voto para eleger uma maioria parlamentar que promova mudanças democráticas no país.

Lilian Tintori, esposa de López, disse aos manifestantes que “sim, é possível” conseguir uma mudança no país caso a oposição vença o pleito para escolher a nova Assembleia Nacional (AN, parlamento).

A partir dessa vitória, assinalou Lilian, será possível libertar os políticos que foram presos nos últimos anos e promover o retorno dos exilados.

A esposa do líder opositor prometeu que percorrerá o país “de ponta a ponta” para acompanhar a campanha eleitoral dos candidatos da oposição e conseguir a mudança de governo da Venezuela.

“O vamos conseguir de forma pacífica, e vamos conseguir nas urnas, rua e voto, voto e rua”, disse a esposa de López, que foi condenado no último dia 10 a 13 anos e nove meses de prisão acusado da incitação à violência após uma manifestação contra o governo em fevereiro de 2014.

O secretário da MUD, Jesús Torrealba, exigiu que as forças armadas da Venezuela mantenham uma conduta “institucional, democrática e constitucional” para defender “o triunfo do povo” durante o pleito de dezembro.

Além disso, Torrealba pediu aos cidadãos opositores para não contarem vitória antes do tempo, pois, apesar da vantagem que todas as pesquisas dão aos candidatos da MUD nas eleições parlamentares, é preciso participar votando e motivando outros a fazê-lo.

“Temos que construir a rede humana, a rede social, a rede política, a rede venezuelana, que garanta a derrota do adversário em 6 de dezembro em defesa da vitória do povo”, disse enquanto lembrou que a manifestação de hoje é o princípio da campanha social chamada “Venezuela quer”.

“Saímos daqui para trabalhar, saímos daqui para mobilizar (…) vamos à rua com povo para convencer, para construir a imensa maquinaria social que vai derrotar o governo”, assinalou.

Por sua vez, o secretário-geral do partido opositor Ação Democrática, Henry Ramos, assegurou aos manifestantes que marcharam em Caracas que “não há armadilha, não há manobra que o governo possa fazer para inibir o voto da grande maioria dos venezuelanos”.

Ramos disse estar convencido de que o Governo de Nicolás Maduro usou manobras para aumentar sua popularidade e desviar a atenção dos venezuelanos dos problemas do país antes das eleições parlamentares.

Neste sentido, o líder do Ação Democrática mencionou a reivindicação da região de Essequibo à Guiana, uma disputa que, embora histórica, é lembrada pelo governo em um ano eleitoral.

A mobilização em apoio a López, contra o governo e para promover as eleições aconteceu em outras dez cidades venezuelanas além da capital, Caracas, assim como em outras partes do mundo como Londres, Barcelona, Milão, Nova York, Washington, Miami, Montevidéu, Buenos Aires e Bogotá. EFE

nf/cs

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