Marina se defende de ataques e diz que Dilma também mudou programa de governo

  • Por Agencia EFE
  • 02/09/2014 22h45

São Paulo, 2 set (EFE).- A candidata à presidência pelo PSB, Marina Silva, respondeu nesta terça-feira aos ataques de setores políticos rivais devido às modificações que fez em seu programa de governo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Em sua defesa, Marina disse que a atual presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, também fez mudanças em suas propostas de governo durante a campanha de 2010.

“Não é a primeira vez que um programa de governo apresenta erros no processo. Na última eleição, Dilma rubricou folha por folha e depois recolheu todo o documento para corrigi-lo por causa de menções ao aborto e impostos sobre grandes fortunas”, destacou.

A candidata do PSB retirou de seu programa, apresentado na última sexta-feira, um trecho que fazia referência a seu suposto apoio ao casamento gay, após pressões de movimentos evangélicos que a apoiam.

Essa rejeição causou na segunda-feira a terceira deserção na equipe responsável pela campanha desde que Marina assumiu a candidatura. O dirigente do PSB para políticas LGBT, Luciano Freitas, reconhecido ativista do movimento gay no país, anunciou sua saída após a errata.

Com isso, Freitas se juntou ao secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, e a Milton Junqueira, integrante da Executiva do partido, que deixaram a corrida eleitoral há duas semanas.

Em sabatina realizada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, Marina disse que a proposta inicial “foi fruto do debate com todos os setores, mas não do que tínhamos acordado. Houve um erro no processo”, explicou.

A candidata reiterou “que não há uma decisão” de não incluir o casamento gay em seu programa.

“Temos que nos comprometer com o princípio de combate à discriminação contra qualquer pessoa, seja negra ou homossexual”, declarou.

Marina também afirmou que seu movimento político, a Rede Sustentabilidade, foi o primeiro partido que surgiu na “clandestinidade” em plena democracia. A afirmação se refere a não autorização da Rede pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pois não foram reunidas as assinaturas necessárias para a criação do partido.

A ex-ministra do Meio Ambiente também defendeu mais uma vez a independência do Banco Central (BC) como um instrumento para o controle da inflação. Marina disse que sua equipe está estudando vários modelos existentes no mundo para conseguir conter a elevação dos preços.

Além disso, a candidata falou sobre as reservas do pré-sal. Marina considera os recursos do petróleo como fundamentais para o desenvolvimento do país, mas também fez questão de destacar as fontes alternativas, que necessitam de mais investimentos.

“O pré-sal é uma riqueza que precisa ser explorada com as melhores tecnologias. Cujas riquezas serão usadas em educação. Essas riquezas serão utilizadas na escola de tempo integral. O pré-sal é fundamental. Agora o que é fundamental também é investir em novas fontes de geração de energia”, opinou.

Desde que Marina assumiu a candidatura do PSB à presidência, depois da morte de Eduardo Campos em acidente aéreo em Santos, a ex-ministra do Meio Ambiente teve uma rápida ascensão nas pesquisas eleitorais.

Na última pesquisa do Instituto Datafolha, ela apareceu empatada com Dilma no primeiro turno, com 34% das intenções de voto. No entanto, em um eventual segundo turno contra a atual presidente, Marina venceria por dez pontos de vantagem. EFE

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