Máximo clérigo xiita exige formação de governo iraquiano aceito por todos

  • Por Agencia EFE
  • 20/06/2014 11h32
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Bagdá, 20 jun (EFE).- A máxima autoridade xiita do Iraque, o aiatolá Ali al Sistani, exigiu nesta sexta-feira que o novo parlamento do país se reúna e forme um governo com aprovação de todos, segundo um representante do religioso, Ahmed al Safi.

“É necessário iniciar um diálogo entre os blocos ganhadores (das eleições de abril) para que se forme um governo que obtenha a aceitação nacional”, disse Safi durante o sermão da reza das sextas-feiras na cidade santa xiita de Karbala, ao sul de Bagdá.

A Corte Suprema ratificou há quatro dias os resultados das eleições parlamentares realizadas em 30 de abril, que deram a vitória por maioria simples à coalizão xiita Estado de Direito, dirigida pelo primeiro-ministro, Nouri al-Maliki.

Safi, em nome de Sistani, advertiu que “demorar” para formar o novo governo -o atual é interino- complicará a situação no Iraque.

“A situação atual faz com que seja um imperativo para os iraquianos a solidariedade, a coesão e a cooperação para aliviar o sofrimento das pessoas deslocadas”, afirmou.

Estados Unidos, Reino Unido e França, entre outros países, pediram nesta semana a Maliki que formasse um governo “inclusivo”, em um momento no qual o país enfrenta o avanço da insurgência sunita liderada pelo jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL).

Sistani fez um apelo aos estabelecimentos de venda de alimentos e pediu para que não subam os preços para ajudar no enfrentamento da crise.

O clérigo também encorajou todos os iraquianos a lutar contra o EIIL, pois a organização “está atacando todo o mundo”.

“Os combatentes do EIIL estão atacando os lugares sagrados de todos os iraquianos sem diferença entre suas religiões, e matam e torturam todos que não estejam de acordo com sua opinião nem sujeito a sua autoridade, inclusive os de sua própria confissão”, disse.

“Se não são expulsos hoje, haverá um grande arrependimento, não se pode deixar para amanhã, porque então de nada servirá se arrepender”, advertiu.

Sistani disse que as autoridades “não aceitam nenhuma organização fora da lei” e ressaltou que seu pedido na semana passada para que a população enfrentasse os insurgentes era para que as pessoas se aliassem ao exército, e não para formarem “milícias pró-governo”.

O EIIL tomou no dia 10 de junho a segunda maior cidade do país, Mossul, e assumiu o controle de várias zonas do norte do Iraque, ameaçando avançar rumo a Bagdá e os santuários xiitas de Karbala e Najaf. EFE

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