Menino de 11 anos diz que amigo morto por PM não estava armado

  • Por Estadão Conteúdo
  • 07/06/2016 12h24
SP - MENOR/MORTE/PM/ENTERRO - GERAL - Parentes e amigos comparecem ao enterro do garoto I.F.J.S, de 10 anos, no Cemitério São Luís, na zona sul da capital paulista, na manhã deste sábado. O menino foi morto anteontem por policiais militares após uma perseguição na Vila Andrade. 04/06/2016 - Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO Felipe Rau/Estadão Conteúdo Parentes e amigos compareceramm ao enterro do garoto de 10 anos

O menino de 11 anos que se envolveu em um furto de carro que terminou em perseguição e na morte do amigo de 10 anos, baleado na cabeça por um policial militar, prestou um terceiro depoimento no domingo, 5, na Corregedoria da Polícia Militar. Dessa vez, ele afirmou que o amigo não estava armado e que o revólver foi plantado pelos policiais. 

A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada ao Estado de S. Paulo pela mãe do menino.

A reportagem apurou que os corregedores foram buscar o menino e a mãe em casa. Depois seguiram para a sede da Corregedoria, no Bom Retiro, na região central da capital paulista. Para conquistar a confiança da criança, uma psicóloga ficou conversando com ela em uma espécie de brinquedoteca. Lá, ele contou a nova versão. Em seguida, o depoimento oficial foi realizado.

Na primeira versão, gravada em vídeo pelos policiais envolvidos na ocorrência, o menino disse que ele e o amigo furtaram um carro de um condomínio, na Vila Andrade, na zona sul, e foram perseguidos pela PM. O garoto de 10 anos dirigia e atirava contra os policiais. Quando o veículo bateu, ele ainda fez um último disparo e foi morto no revide.

Na segunda versão, o menino afirmou que o amigo dirigia e atirava. Mas quando o carro bateu e parou, não houve tiroteio. O policial de moto chegou e atirou na cabeça do garoto. O sobrevivente saiu do carro, foi colocado no chão, levou um tapa e foi ameaçado pelos policiais.

A mãe do menino morto será ouvida na manhã desta terça-feira, 7, no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso. O menino sobrevivente deve ser chamado novamente para prestar depoimento.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.