Merkel afirma que questão da dívida não é a mais urgente em negociação grega

  • Por Agencia EFE
  • 22/06/2015 20h45

Bruxelas, 22 jun (EFE).- A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou nesta segunda-feira que a questão do alívio da dívida da Grécia “não é a mais urgente” atualmente, pois o país não ter??a que devolver à zona do euro o empréstimo em “muitos anos”.

Merkel lembrou ao término da cúpula que em 2012 foi aprovada uma declaração sobre um possível alívio da dívida, sob certas condições, mas que a Grécia “não tem que pagar a dívida em muitos anos e, portanto, essa questão não é a mais aguda”.

A chanceler assinalou que uma reestruturação da dívida ou medidas semelhantes “não estiveram em debate” na reunião de hoje e que os líderes não falaram detalhadamente nem sobre essa questão nem sobre um prolongamento do programa ou um terceiro resgate, que a Grécia “no fundo não quer”, afirmou, mas sobre a finalização do atual plano.

Ela explicou que como parte das negociações o país deverá esclarecer o financiamento das medidas, já que precisará garanti-las, como exige o FMI, por pelo menos um ano.

Merkel ressaltou que segundo a legislação alemã sobre o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) “não podem dar mais créditos” além dos que sobraram do segundo programa.

No entanto, indicou que “até agora encontraram soluções para delinear a sustentabilidade da dívida e que o objetivo agora executá-lo”, embora não tenha dado mais detalhes sobre esse processo.

A chanceler da Alemanha destacou que um acordo estará vinculado em primeiro lugar a condicionamentos e que depois o Eurogrupo abordará a questão do financiamento.

“Primeiro tem que haver um acordo em nível técnico, com ações prévias que a Grécia deve cumprir e adotar no parlamento, e só depois os parlamentos nacionais, como o alemão e o finlandês, poderão dar sinal verde”.

As três instituições que formam a troika: Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI, disseram aos líderes que a proposta grega é um “bom ponto de partida para mais conversas que devem acontecer com elevada intensidade”.

“É necessário um trabalho absolutamente intenso, porque o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, quer convocar para quarta-feira à tarde uma nova reunião em que possa anunciar resultados”, acrescentou.

Merkel afirmou que “este procedimento é apoiado por todos. Nos reuniremos na quinta-feira e na sexta-feira para uma cúpula ordinária e esperamos que até lá as três instituições possam dar sinal verde a um compromisso com a Grécia e possam apresentá-lo ao Eurogrupo”.

“Todos dissemos que queremos que a Grécia permaneça na zona do euro. O que a Grécia apresentou hoje é um certo progresso, mas também ficou claro na reunião que há muito trabalho e pouco tempo e que por isso teremos que trabalhar de maneira concentrada”, assinalou Merkel.

A chanceler ressaltou ainda que a base para as conversas é a proposta pactuada entre as três instituições, que parte da declaração de 20 de fevereiro na qual a Grécia assumiu certos compromissos e que contém já concessões “que depois devem ser cumpridas” caso cheguem a um acordo. EFE

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