Meta do governo é ter aluno sete horas por dia na escola

  • Por Estadão Conteúdo
  • 23/09/2016 07h27
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Salvador- BA- Brasil- 25/07/2016- As escolas estaduais estão intensificando as atividades na preparação dos estudantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontece 5 e 6 de novembro deste ano. No Colégio Estadual Ruben Dário, no bairro de San Martin, em Salvador, a semana será de simulados. Para abranger todas as áreas do conhecimento, as provas começaram nesta segunda-feira (25) e prosseguem até quinta (28), oportunizando aos alunos do 3º ano do Ensino Médio e da Educação Profissional vivenciar situações semelhantes às do dia da avaliação. Com o sonho de cursar Medicina, Leonardo Alves, 17 anos, destaca que o simulado contribui para aumentar a sua confiança. “Podemos avaliar nosso conhecimento e rever os pontos que precisamos melhorar. Também temos o apoio dos professores, que são bastante solícitos. Por meio de grupos online, realizamos uma troca de temas e assuntos que estão em mais evidência no momento. Isso nos deixa ainda mais preparados”. Entusiasmado com a possibilidade de cursar Engenharia Química, Wallace Santos, 18, afirma que o aluno não pode se contentar apenas com o que aprende na sala de aula. “Estamos tendo a oportunidade de aperfeiçoar o nosso conhecimento com diversas atividades. Além da escola, os colegas se reúnem em grupos de estudo para podermos já obter, nos simulados, um bom resultado, nos capacitando a realizar uma boa prova do Enem”. O professor de Língua Portuguesa, Antônio Almeida, diz que o suporte da unidade escolar é fundamental para o bom desempenho do estudante. “Fazemos um trabalho sempre visando o que é aplicado no exame. Com certeza, estas atividades dão uma maior oportunidade aos nossos alunos e os estimulam a concorrer em situação de igualdade com qualquer candidato. Além do simulado, a escola realiza as Olimpíadas de Matemática e Português, assim como o Clube de Leitura, desenvolvendo a interpretação de texto”. A Secretaria da Educação disponibiliza par Suami Dias/GOVBA Ensino Médio

O governo federal pretende inserir, até 2018, 514 mil alunos de ensino médio no regime de tempo integral, com pelo menos 7 horas/aula por dia. A ampliação gradual da jornada – das atuais 800 horas/ano para 1,4 mil, conforme previsto pela meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE) – vai exigir investimento de R$ 1,5 bilhão pelo Ministério da Educação (MEC). Cada escola convertida vai receber um “valor de incentivo” de R$ 2 mil por aluno, anualmente, informou a pasta.

Metade desses 514 mil alunos já deve estudar em tempo integral em 2017. Como o orçamento não é infinito, as redes estaduais deverão aderir com no máximo 30 escolas. Cada colégio deverá atender no mínimo 400 alunos em tempo integral.

Obrigar o jovem a permanecer mais horas dentro da escola é uma estratégia para melhorar os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mostram que o ensino médio está estagnado há quatro anos e, desde 2013, abaixo da média do MEC.

“Os números desastrosos não permitem que adiemos a reforma”, disse o ministro Mendonça Filho, ao justificar a mudança definida na quinta-feira, 22, por Medida Provisória. Os colégios até podem manter as 2.400 horas atuais dos três anos de curso, mas deverão dividi-las pela metade para adoção obrigatória da carga optativa.

A MP toma como exemplo a ser seguido Pernambuco, que saltou do 21.º lugar no Ideb, em 2007, para o topo do ranking em 2015, diminuindo em 90% a evasão com o regime integral.

Matrícula

Secretarias estaduais de Educação poderão submeter sua inscrição já a partir deste mês, para implementar a jornada maior em 2017. Elas deverão apresentar ao MEC dados como matriz curricular, proposta pedagógica e plano de alocação dos recursos federais recebidos. Os Estados também serão obrigados a instituir uma equipe específica para cuidar da implementação da jornada de tempo integral e prever professores com dedicação exclusiva a cada escola.

Pela proposta de Política Nacional de Educação em Tempo Integral, lançada ontem, o MEC dará preferência a escolas e regiões em situação de vulnerabilidade ou com baixos índices sociodemográficos. Mendonça Filho afirmou que a contrapartida financeira dos Estados “não comprometerá” o orçamento, mas não designou valores.

O Conselho Nacional de Secretários de Educação promoverá seminários a partir de novembro para viabilizar o tempo integral e o currículo por competências. “Ao permitir trilhas diferenciadas ao aluno, o novo ensino médio o posiciona como protagonista”, disse o presidente do órgão, Eduardo Deschamps As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Confira o comentário de Marco Antonio Villa: 

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