Milhares de mexicanos marcham para reivindicar aparição dos 43 estudantes

Chilpancingo (México), 5 fev (EFE).- Milhares de pessoas tomaram nesta quinta-feira a Estrada do Sol, que liga a Cidade do México com o porto de Acapulco, em uma nova manifestação para exigir a aparição com vida dos estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa.

Liderados pelos pais dos 43 estudantes que desapareceram em 26 de setembro do ano passado em Iguala, no sul do México, após a ação de policiais corruptos e membros do crime organizado, cerca de 20.000 pessoas partiram da estátua de El Caballito de Chilpancingo, capital de Guerrero, rumo a Acapulco.

Na primeira linha da passeata, como ocorre há quatro meses nas mobilizações que reivindicam justiça neste caso, os manifestantes levavam grandes fotografias de cada um dos alunos desaparecidos.

O porta-voz dos pais dos desaparecidos, Felipe de la Cruz, reiterou durante a mobilização que não descansarão até conseguir esclarecer o desaparecimento forçado dos alunos.

“Se for necessário vamos a cada cantinho do mundo para exigir justiça”, advertiu.

Os manifestantes também exigiram a retirada das forças federais do estado de Guerrero, no sul do país e onde fica Iguala, às quais acusaram de “fustigar” os integrantes do movimento que reivindica a aparição dos estudantes.

Segundo a investigação da Procuradoria Geral da República, os jovens foram detidos por policiais locais e entregues a membros do cartel Guerreros Unidos após uma série de ataques a tiros nos quais morreram seis pessoas.

De acordo com integrantes dos Guerreros Unidos detidos, os 43 estudantes foram assassinados e incinerados em um depósito de lixo de Cocula, município vizinho a Iguala, devido ao fato de os criminosos acreditarem que se tratava de membros do cartel rival Los Rojos.

Os parentes dos estudantes rejeitam esta versão e uma delegação das famílias viajou esta semana a Genebra para denunciar o governo mexicano por este caso perante o Comitê da ONU sobre Desaparições Forçadas. EFE

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