Militares brasileiros ignoram pedidos de “intervenção”, diz ministro

  • Por Agencia EFE
  • 14/04/2015 15h11

Rio de Janeiro, 14 abr (EFE).- Os militares ignoraram os pedidos de uma “intervenção” contra o governo, que são ouvidos nos recentes protestos contra a presidente Dilma Rousseff, afirmou nesta terça-feira o ministro da Defesa, Jaques Wagner.

Essa chamada tem uma adesão “com tendência zero” nos quartéis, disse Wagner em declarações aos jornalistas e perante a presença de vários generais, após participar da abertura da feira de defesa LAAD Defence & Security.

O ministro disse que sente “tristeza” por ver que uma parte dos brasileiros deseja uma intervenção militar, embora sustentou que é uma “parcela minoritária de entre 9 % e 11%” dos que participaram dos protestos.

A chamada a uma intervenção militar, segundo Wagner, é uma “afronta contra a democracia” e não só afeta o governo, mas todas as instituições do Estado.

Os maiores protestos contra Dilma e contra a corrupção ocorreram em 15 de março, quando duas milhões de pessoas se reuniram em dezenas de cidades.

No domingo passado, os protestos se repetiram, mas congregaram apenas 700 mil pessoas em diversas cidades, segundo cálculos da polícia, embora neste caso os manifestantes puseram mais ênfase em pedir a renúncia ou a destituição de Dilma.

Wagner disse que a “bandeira da destituição não consegue motivar” a maioria dos brasileiros e avaliou que o governo recebeu “com humildade e tranquilidade” as manifestações.

A LAAD é a maior feira de defesa da América Latina, congrega delegações oficiais e expositores de 71 países e se estenderá até a próxima sexta-feira no Rio de Janeiro. EFE

mp/ff

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