Ministério da Economia transfere R$ 60 milhões para a pasta do Meio Ambiente

Recursos serão encaminhados após reunião entre os ministros Paulo Guedes e Ricardo Salles

  • Por Jovem Pan
  • 23/10/2020 17h43
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Pantanal Jacaré carbonizado em incêndio nas proximidades da Rodovia Transpantaneira, em Poconé (MT); O ano de 2020 teve a maior série de queimadas na região nas últimas duas décadas, informa o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

O Ministério da Economia confirmou nesta sexta-feira, 23, o remanejamento de R$ 60 milhões de seu limite de pagamento para o Ministério do Meio Ambiente. Na quinta, 22, a equipe econômica já havia transferido R$ 16 milhões. A transferência será oficializada por meio de portaria, que deverá ser publicada no Diário Oficial da União (DOU), afirmou a pasta em nota. A operação ocorreu após a reunião do chefe da pasta econômica, Paulo Guedes, com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, nesta quinta, 22, para tratar da falta de recursos do ministério. Na ocasião, a Economia já havia transferido R$ 16 milhões ao Meio Ambiente. Na quarta-feira, 21, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) determinou o recolhimento da  Brigada de Incêndio Florestal  por causa da falta de verbas e acúmulo de dívidas. Ontem, após o encontro entre os dois ministros, os 1.400 agentes da equipe combate à incêndio voltaram ao trabalho.

O recolhimento foi imposto em virtude da exaustão de recursos. Em um despacho enviado nesta quinta, assinado pela assessora técnica Julevânia Olegário, o Ibama afirma não possuir recursos financeiros suficientes para fechar o mês de outubro. A falta de agentes pode dificultar ainda mais o controle de focos de calor no Pantanal e na Amazônia. Em nota enviada à Jovem Pan, a autarquia informou que passa por dificuldades quanto à liberação financeira por parte da Secretaria do Tesouro Nacional desde setembro. O Ibama tem recorrido a créditos especiais, fundos e emendas para manter as atividades.

Segundo a assessoria, o instituto já contabiliza 19 milhões de pagamentos atrasados. A falta de recursos afeta todas as diretoras do Ibama, inclusive a Diretoria de Proteção Ambiental, que cuida do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais. A determinação pode ter como consequência o aumento de queimadas e incêndios no Pantanal e na Amazônia. O Pantanal, por exemplo, já registra o segundo pior outubro em queimadas para o bioma desde 1998. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, nos primeiros 14 dias deste mês foram contabilizados 2.536 focos de incêndio. O número, segundo o Inpe, fica atrás apenas do registrado em outubro de 2002, quando houve 2.761 focos.

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